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Compaixão e Reverência - Siddharameshwar


A natureza de um homem mau é não ver nada de bom nos outros. O homem que é realmente grande vê o que é bom nos outros e sabe que é a própria “Luz de Deus” que está brilhando dentro de si

Não deveríamos nos sentir tristes quando acontece algo que não gostamos. Se tudo é Deus e vem de Deus, qual é a diferença e onde ela está? Deveríamos saber disso plenamente. Saber que tudo é Deus é a verdadeira Devoção da mente.

Um homem pode pertencer a uma casta inferior, a chamada casta dos intocáveis, ou pode ser muito mal em seu comportamento, mas em seu estado original ele ainda é Deus. Nele é apenas Deus que torna sua existência possível. Deus significa que nós mesmos somos o Ser Supremo, Paramatman. Somos aquela fundação sobre a qual todas as experiências acontecem. Paramatman não termina, mas as experiências começam e terminam. Aquela Consciência que é a ciência (awareness) sutil, presente no início e no fim das experiências é chamada de Ser ou Atman, e esse pano de fundo sobre o qual todas as experiências acontecem é chamado de Paramatman (Para significa além de, anterior a). Aquilo que permanece depois da experiência, que existe antes da experiência começar e depois dela terminar somos nós, Paramatman. "Essa Raiz de todas as coisas" não é destrutível.

A serpente e o escorpião são o mesmo; mesmo neles pulsa nossa própria existência. Quando temos esse sentimento, dá-se o nome de "Consciência Divina". Aquele que sabe que todas as criaturas são Deus, jamais usará palavras grosseiras para com os outros. Nenhuma pessoa insulta alguém que ela ama, mas muitas vezes é grosseira com os outros. Esse é o hábito do ego que acredita ser ele mesmo o indivíduo, o Jiva. Quando compreendemos que todas as coisas e todos os seres são Paramatman, não devemos dizer nada sobre ninguém, como por exemplo: "O que me importa ele?" "Eu não ligo para ele." Tudo é o nosso Ser apenas, Paramatman. Mesmo a custo de nossa vida não deveríamos falar sobre os defeitos dos outros ou ferir alguém com palavras ou ações. Deveríamos agir de modo a sermos úteis aos outros. Se tivermos dinheiro ou algum recurso deveríamos compartilhá-lo de modo que ele traga felicidade aos outros. Deveríamos agir de uma maneira que deixe os outros satisfeitos. Isso é chamado de Devoção Física ou devoção com nosso corpo. Deveríamos ser gentis mesmo com aqueles que nos fazem mal. O sábio Vasishtha perdoou o sábio Vishwamitra.

Aqueles que ainda são aspirantes ainda ficam com raiva; um aspirante ou alguém que estuda algum sistema de yoga pode ainda não ter um sentido apropriado de autocontrole e, portanto, os desejos e a raiva ainda podem perturbar tal pessoa. Eles podem às vezes praguejar com os outros e trazer muitos problemas a eles, como no caso de filhos de pessoas ricas que fazem Sadhana sem ter o autocontrole. Deveríamos nos tornar aptos a ver Deus todo poderoso, o Ser Supremo, até mesmo em nossos inimigos, pois esse é o sinal do estado de ausência de ego. Aquele cujo ego se foi é o verdadeiro Sadhu (o Santo). A natureza das pessoas consiste em encontrar faltas nos outros, mas a natureza do Sábio não é olhar os pontos ruins ou o que está faltando nos outros. Como pode alguém que está preocupado com o que é bom ou ruim nos outros, ser um sábio? O sábio é diferente de tais pessoas, ele se comporta de maneira diferente das pessoas do mundo. A natureza de um homem mau é não ver nada de bom nos outros. O homem que é realmente grande vê o que é bom nos outros e sabe que é a própria "Luz de Deus" que está brilhando dentro de si.

Seja gentil com todos e você não sentirá necessidade de nada. A compaixão por todos os seres é a melhor maneira de destruir a rede da Ilusão. Não há nenhum pecado pior do que a fofoca maldosa. Fale bem, mas nunca fale mal dos outros. Aquele que acusa os outros jamais conseguirá um bom alimento para comer. Se você quer boa comida você deveria falar boas palavras. Aquele que fala lixo come lixo. A língua que não fala de maneira doce não obtém alimento doce. As escrituras dizem que as pessoas de língua maligna nascem como porcos e comem esterco na próxima vida. Aquele que fala coisas boas e verdadeiras tem o poder da fala que é sempre verdadeira.

O senhor Krishna disse: "Ordenei que o caminho da devoção fosse muito puro. Não há dificuldade na devoção e o devoto obtém êxito. Mesmo que haja muitos livros sagrados e religiosos, o caminho da devoção é maior que todos eles. O buscador é ajudado por todos e as calamidades jamais mostram sua face para ele. Ele sabe que ele e que todos os seres do mundo e Paramatman são um. Assim como a serpente tem medo da águia e o homem tem medo da morte, as calamidades têm medo do devoto. Querido Uddhava, este é meu caminho da devoção, do qual não falei nem para minha mãe, mas agora falei a você."

Siddharameshwar

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com.br/






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Siddharameshwar




Onipresença

Você deve entender Deus primeiro, isso implica que você deveria tornar sua visão totalmente penetrante. Assim como o céu permeia tudo, assim também Deus permeia tudo. Tenha em mente que Deus está em tudo. A luz do sol e a luz da lua são a luz do Ser. O Deus que permeia o mundo também reside dentro de nós. Assim como o céu (o espaço) invade um frasco, o Ser invadiu-nos. Quando o frasco (o corpo) se quebra, aquela porção de céu se funde com todo o céu, assim também a luz do Ser se funde em Brahman.

Siddharameshwar


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A Ciência Espiritual do Auto Conhecimento

Você próprio é Paramatma. Sua "Verdadeira natureza" é esta. Você não tem nascimento, nem morte, nem idas e nem vindas. O que tem forma não é o que você é. "Nirguna" significa não ter qualidades. A palavra "Ananta" significa "aquilo que nunca termina". Paramatma está eternamente existindo, sem pausa. Aquele que sabe que somos assim em qualquer lugar ou tempo é Paramatma. Quando conhecemos as verdadeiras qualidades de Paramatma, temos essas qualidades em nós mesmos.

Existem muito poucos que questionam: "O que sou eu?" A natureza dessa forma de devoção, é que deveríamos observar quem nós somos. Quando é sabido que não somos ninguém, então quem é? Alguém É! Aquele alguém é Paramatma. Sem imperfeições e sem qualidades é aquele Ser supremo. Ele é todos os objetos, todas as qualidades, o ego, todas as coisas. Apenas "você" não está lá. Tudo é Paramatma mas quando você torna-se um insignificante pequeno ego, você é um indivíduo, o Jiva. Preocupações e pesares são seu destino na vida, e você se torna impotente. Por causa da aceitação do estado de Jiva, você se torna um prisioneiro. Com a dissolução do estado de Jiva, o que permanece é Shiva.

A Raiz do Nascimento

"Aquilo" que está além do visível, é o Ser (self). Se discernirmos apropriadamente, o universo não é como ele parece ser. A ignorância é o que é falso, e tratá-la como Verdade também é ignorância. Conhecer o falso como falso, reconhecer que é irreal é Conhecimento. Conhecer a realidade é Conhecimento Verdadeiro, mas considerar o irreal como sendo real é Ignorância. Os sábios vêem o falso como falso e experimentam adequadamente. Uma montanha é apenas uma acumulação de terra, não uma montanha. Quando você olha a cidade de Bombei, a terra que é a essência, a realidade, não é vista. Se você a vê como terra, então Bombei como uma cidade desaparece da sua vista. A liberação é reconhecer o que é verdadeiro e o que é falso.

Medite no ensinamento dado pelo Sadguru e segure-o bem perto do seu coração. Não se esqueça que você é o "Ser Um". Ouça o Guru e medite sobre suas palavras com extremo respeito. Aquele que não faz isso certamente mata a si mesmo. Aquele que tem que viver neste mundo não deveria extinguir "a lâmpada do conhecimento". Aquele que mantém-se com a grande afirmação "eu sou Brahman", é quem está intitulado para a liberação.

A Verdade é Imutável e Eterna

A mente é apenas os pensamentos e a fala. Se estivermos serenos (se a mente está em repouso) então desaparecem todos os sonhos, as dúvidas, o intelecto, os pensamentos, etc. O que sobra então? Nada. Este nada também pode ser abandonado, mas, não obstante, permanece aquele que abandona. "Eu" sou o que transcende tudo. Assim, portanto, sobra "eu" como um presenciador. Finalmente, abandone também este "Eu". Agora sobra apenas a verdade, que está além do conhecimento ou da ignorância. Aquele que se esqueceu de tudo, todavia permanece.

Ausência do medo

O autoconhecimento é o conhecimento a respeito do seu Ser. Uma vez que reconhecemos quem realmente somos, então a determinação é feita a respeito do que é permanente e o que é transitório. Então, se segue a renunciação do impermanente, e a aceitação do permanente. Por causa da natureza transitória das coisas, o medo da dissolução é inevitável.

O homem que canta, "o que acontecerá comigo, com minha mulher e filhos, e com o dinheiro que eu considero ser meu?" está sempre perturbado e chateado. Esse tipo de homem precisa receber o presente de ter bravura. E então se torna sem medo. Apenas o Sadguru é generoso o suficiente, e capaz de outorgar esse presente da ausência de medo, que é o mais nobre de todos os presentes.

Conhecimento Puro

A água pura é desprovida de qualquer cor, forma, gosto, ou cheiro. Uma vez que isso é propriamente entendido, mesmo quando a água é condensada, assumindo uma forma densa, ou fique apimentada ao adicionar pimenta, ou ficar doce ao adicionar-se açúcar, ou se torne cheirosa, ou seja, colorida com um tom de rosa, ou usada como água na tinta, é muito inconfundivelmente ainda reconhecida como água pura, ou água menos a forma, o gosto, o cheiro, e a cor.

Assim, pelo mesmo método de eliminação, mesmo quando esse Conhecimento Puro está condicionado, ao subtrair o condicionamento, e ao dividir a forma em seus respectivos elementos, ele será reconhecido como sendo absolutamente "Conhecimento Puro" apenas, que preenche todas as formas até a borda, em toda parte. Entretanto, antes de alcançar esse "Conhecimento Puro" pelo método da eliminação, se a pessoa aceita o método da enumeração (escutando as qualidades de Deus), e segue discursando como é que somente Deus permeia todos os seres, e todas as formas, e que não existe nada além de Rama, e que "o mundo, e o senhor do mundo, são apenas um" etc., etc., então tal balbuciação jamais pode ser útil.

Em contraste com esse tipo de fala, se a pessoa fala apenas palavras vazias sem ter a experiência por traz delas, tal como: "Eu sou Brahman", "os sentidos fazem seu trabalho, contudo eu não sou o fazedor, e não há virtude ou pecado na soleira de minha porta, etc.", em vez de ganhar o Ser, ele apenas irá enganar seu Ser. Dessa forma, esses chamados "Auto-descobridores" perdem alegria no mundo, bem como do outro mundo. O santo Kabir disse "Ele foi embora como veio". Isso significa que essas pessoas morrem no mesmo estado de consciência com o qual elas nasceram. Não obtém nenhum benefício além disso.

Devoção

O grande demônio da dúvida é esse que pensa que somos um indivíduo (corpo), embora sejamos verdadeiramente Brahman. Ao matarmos esse demônio da dúvida, Você carrega esse corpo morto. Quando a noção errônea de que a pessoa é o Jiva se vai, Você carrega o corpo dela, dá o status de Brahman àquele corpo. Então, como Vishnu, o Deus todo-Permeante, mantém unido o corpo e opera através dele, Você reside no corpo como Janardan. Agora, Eknath fugiu. Não há ninguém que seja o proprietário, chamado Eknath, que esteja nesse corpo. Há apenas o Guru, o Mestre, que é Janardan. O som da concha fica evidente por causa daquele que a assopra. Quando este corpo está apto a falar, é porque Você o fez fazê-lo. Este corpo está movendo-se, e fazendo suas atividades por Sua causa, pois o que era "meu" se foi, junto com "eu".

Imortalidade

Você deve entender Deus primeiro, isso implica que você deveria tornar sua visão totalmente penetrante. Assim como o céu permeia tudo, assim também Deus permeia tudo. Tenha em mente que Deus está em tudo. A luz do sol e a luz da lua são a luz do Ser. O Deus que permeia o mundo também reside dentro de nós. Assim como o céu (o espaço) invade um frasco, o Ser invadiu-nos. Quando o frasco (o corpo) se quebra, aquela porção de céu se funde com todo o céu, assim também a luz do Ser se funde em Brahman.


O bicho da seda constrói a sua própria casa, um casulo, e depois morre nela. Você também está se atando similarmente. Você considera-se ser o corpo físico. Isto em si é o cativeiro. Você tem se tornado como o casulo do bicho da seda. Água morna é derramada sobre o casulo, o bicho da seda é morto e, em seguida, a seda é colhida. Se você mantiver o sentimento que o universo inteiro, bem como o vento e o espaço que estão contidos dentro dele, é o seu corpo, então você automaticamente é Brahman. Existe apenas Brahman, que é apenas Um. Aquele que sabe que não há mais nada é ele próprio Brahman. Aquele cujos anseios pelos objetos dos sentidos se foram, cujo sentido de "eu", como separado de tudo o resto se foi, e cujo orgulho se foi, é aquele que realmente realizou Brahman.


Por que deveria a mulher que despeja louvores em seu marido, por dar-lhe um lindo brinco para o nariz, pensar no Senhor, que proveu-lhe um nariz para colocá-lo? Da mesma maneira, como podem os animalísticos seres humanos que olham apenas para o corpo como sendo tudo e o final de tudo da vida, ver Deus? Aquele cujo poder dá ao Sol a sua existência como Sol, à Lua sua existência como Lua, aos Deuses sua existência como Deuses, é Deus o todo poderoso. É Ele que é o suporte de tudo, que está presente no coração de todos os seres, e se tornou invisível ao homem.

O "Rei do Conhecimento" ("Eu Sou") influencia todos os sentidos, e parece garantir aos sentidos a "senhoria" sobre os objetos dos sentidos. É por causa dessa exteriorização que o fato de Ele estar antes dos sentidos, não atrai a atenção de ninguém. Através de muitos nascimentos, a mente e o intelecto têm adquirido o hábito de apenas olhar para fora. Portanto, "voltar-se para dentro" tornou-se uma tarefa muito difícil. Esse é chamado de "o caminho reverso".

Paramatma

Que somos nós? Somos sempre a encarnação da existência, do conhecimento, e da felicidade (Satchidananda) - daqui que conhecemos a existência; por tanto, há a Consciência seguida de alegria ou de contentamento também. Somente há um impulso "eu". Os nomes de "Presenciacão", "Mula Maya", etc., existem somente por causa desse "eu".

O que é a Presenciação? É a consciência. Uma vez que você sabe quem "eu sou", então você pode descrevê-lo. Qual é a utilidade dessa porção de nomes sem conhecer o "si mesmo", o Ser? Portanto, trate de examinar tudo isso dentro de você mesmo. Confirma o que as escrituras e o Guru têm dito com a prova da sua própria experiência. A pessoa progredirá se compreender o que é grosseiro e o que é sutil. Tudo o que é visível é grosseiro. Então aparecem os dez sentidos, os cinco pranas (prana, aprana, vyana, udana e samana), a mente, o intelecto, etc.

Se você prosseguir sem compreensão, então não compreenderá durante milhões de nascimentos. No espaço permanente e sem movimento existe ar, mas há uma diferença sutil entre o ar e o espaço. Ela não é detectada pelo olho, mas há uma diferença entre ambos - o ar pode ser sentido, mas o espaço é somente um vazio. Similarmente, há uma diferença sutil entre o "si mesmo" e a Presenciação, exatamente como há uma diferença entre o bronze e o ouro. No "si mesmo" (o Ser) não há nenhuma modificação de nenhum tipo, isso é porque ele é incondicionado. A isso se dá o nome - permanência. Assim, Chaitanya (a força vital) ou Maya é somente ilusão e há somente o Brahman no "Si mesmo". Da mesma maneira que há ar ou brisa no céu, há o impulso "eu sou" na "Presenciação", que também é chamado de poder ou força. É chamado também de "desejação".

Quem é este 'Eu'?

É uma regra geral ou um princípio da natureza, que se duas coisas são combinadas, uma terceira coisa é produzida. Por exemplo, a combinação de uma linha com algumas flores produz uma guirlanda que anteriormente não existia. Até mesmo o nome dos objetos que foram responsáveis por produzir a guirlanda desaparece assim que a guirlanda vem a existência. A guirlanda passa então a ser conhecida por seu próprio rótulo. Os rótulos de "flores" e "linha" tornam-se extintos, e o novo nome "guirlanda" é usado, e com esse novo nome, novas ações seguintes são realizadas. Com o contato da água com a terra surge o barro; consequentemente os rótulos "água" e "terra" tornam-se extintos. Da mesma maneira, pedras, tijolos, barro, e cimento são unidos e uma terceira coisa chamada "muro" aparece diante de nossos olhos, enquanto que as pedras, tijolos, barro e cimento simplesmente somem de nossa vista.

Toda Aparência é Ilusão

A pergunta é, se aquilo que é visto não é verdadeiro, por que é visível então? O que é visto é falso, porque tudo o que é visto é a magia criada pelo olho. É por isso que não é verdadeiro. No espelho vemos um rosto, isso implica que parecem existir dois rostos; significa então, que existe de fato dois "você"? O fato é que "você" é somente um, mas, entretanto, parecem existir dois. Um pintor pinta quadros com tinta, e diz, "esta é uma montanha, este é o Sr. Vishnu, esta é a Deusa Lakshmi". Você aceita isso como real? Você é o criador.




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A Raiz do Nascimento - Siddharameshwar


A Pessoa Toma Nascimento, ou Nasce de Acordo Com Seu Próprio Desejo


Quando a pessoa é iluminada pelo ensinamento dado pelo Sadguru, todos os quatro corpos (o físico, o sutil, o causal, e o Turya ou grande corpo causal) são dissolvidos. Então tudo se torna falso. De fato já é falso. Apenas "Um estado" chama tudo de falso. Após deixar de lado todas as coisas, a mente se torna absorvida no "Um". Então a pessoa torna-se aquilo que era o objetivo a ser alcançado. Torna-se aquela morada final da "liberdade total" (Sayujya Mukti). A pessoa torna-se a proprietária daquela "liberdade total". Aquilo que permanece após abandonar o que é visível é Brahman. Na ignorância, o observador e o observado são duas coisas. Quando aquilo que é observado é dissolvido, o observador fica sozinho (sem nenhum objeto de observação). Aquilo é Brahman. No sono profundo, o ignorante desfruta daquele estado sem objetos sem saber, quando ele deixa para trás o mundo visível. Não se pode viver sem desfrutar desse contentamento. Aquele que não tem um sono apropriado, certamente irá abandonar o corpo, que é o "descanso final" da morte. O estado de sono profundo é uma necessidade tanto dos pobres bem como dos ricos. A felicidade do sono profundo é comum a todas as criaturas. Um homem pode possuir um milhão de rúpias ou pode estar esperando um milhão de rúpias de alguém, mas ambos são iguais no sono profundo. O maior pecador e o Yogi são iguais no sono profundo.

"Aquilo" que está além do visível, é o Ser (self). Se discernirmos apropriadamente, o universo não é como ele parece ser. A ignorância é o que é falso, e tratá-la como Verdade também é ignorância. Conhecer o falso como falso, reconhecer que é irreal é Conhecimento. Conhecer a realidade é Conhecimento Verdadeiro, mas considerar o irreal como sendo real é Ignorância. Os sábios vêem o falso como falso e experimentam adequadamente. Uma montanha é apenas uma acumulação de terra, não uma montanha. Quando você olha a cidade de Bombei, a terra que é a essência, a realidade, não é vista. Se você a vê como terra, então Bombei como uma cidade desaparece da sua vista. A liberação é reconhecer o que é verdadeiro e o que é falso. Tratar o falso como verdadeiro é aprisionamento. Aquele que abandona este mundo, conhecendo-o como falso, não retornará. Aquele que está convencido de que o mundo é falso, não tem desejo de retornar. Entretanto, o desejo não vai abandonar aquele que pensa que o mundo é verdadeiro. O desejo daqueles que não necessitam mais do mundo, morre. Ninguém mais compele-os a tomar nascimento. A pessoa toma nascimento, ou nasce de acordo com seu próprio desejo. A pessoa faz as preparações para o seu próximo nascimento, hoje. Para aquele que é ignorante há a esperança de que ao menos ele terá felicidade no próximo nascimento. A pessoa ignorante diz, "O que mais eu farei se não tomar nascimento". Há muitos que doam para caridade por causa de sua crença que outro nascimento é inevitável. Aqueles que são inteligentes sabem que essa aparência do mundo é falsa, e se tornam sem desejos e livres.

Medite no ensinamento dado pelo Sadguru e seguro-o bem perto do seu coração. Não se esqueça que você é o "Ser Um". Ouça o Guru e medite sobre suas palavras com extremo respeito. Aquele que não faz isso certamente mata a si mesmo. Aquele que tem que viver neste mundo não deveria extinguir "a lâmpada do conhecimento". Aquele que mantém-se com a grande afirmação "eu sou Brahman", é quem está intitulado para a liberação. Posteriormente, esse conceito, a observação de rituais, e a própria grande afirmação, todos desaparecem. Então não há nem o visível nem o invisível. O "Estado Natural" é alcançado. A meditação, e manter qualquer objeto na mente, ambos acabam. A imaginação é dissolvida. Ela submerge no não conceitual. Então aquele que era chamado de "Sr. Tal e tal", é Brahman, e apenas a consciência permanece. Isso é chamado de "Brahman sutil". Esse mesmo é o Estado Natural. O sonho acaba, e junto com ele, todas as pessoas no sonho também desaparecem. Ele apenas permanece. O prolongado sonho se vai, e Brahman permanece sozinho. Então Brahman sutil, que é pura consciência, apenas permanece. O aprisionamento do mundo, bem como o pecado e o mérito são todos terminados. As aparências terminam, e apenas o observador permanece. Aquele que não tem nascimento é liberado. A ilusão manteve-o preso no triste ciclo de nascimentos e mortes, mas agora tudo isso é dissolvido. O Sadguru como a "brilhante luz do sol da liberdade" o encontrou, e a ele foi dado sua "própria natureza original". Ele está convencido sobre Brahman sem ir e vir para nenhum lugar.

Siddharameshwar Maharaj

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com/







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Ausência do medo - Siddharameshwar


O Homem Apenas Pode Ser Pacificado Com o Presente do Ser

O autoconhecimento é o conhecimento a respeito do seu Ser. Uma vez que reconhecemos quem realmente somos, então a determinação é feita a respeito do que é permanente e o que é transitório. Então, se segue a renunciação do impermanente, e a aceitação do permanente. Por causa da natureza transitória das coisas, o medo da dissolução é inevitável. Aquele que é assolado por esse medo da dissolução, ou da morte, continuamente luta para assegurar que uma tal coisa particular não lhe vai ser tirada. Ele toma toda precaução para preservar seu dinheiro, tenta duramente assegurar que a juventude e a beleza de sua esposa não se deteriorem, e luta para manter sua autoridade e seu status. Entretanto, não importa o quanto ele tentar, nada jamais acontece de acordo com seus desejos e vontades. Ninguém pode escapar do seu destino, e por a morte ser toda consumidora, tudo eventualmente vai ser destruído por sua mandíbula.

Mesmo se tudo o que desejasse fosse dado a tal homem que esconde seus medos, poderia ele evitar ficar amedrontado? Se há algo que ele realmente necessite, é o presente da ausência de medo. O aspirante deve encontrar aquilo que irá libertá-lo do medo permanentemente. Este mendigo chamado homem, que perdeu o tesouro do seu próprio Ser, continuamente canta, "eu sou o corpo, eu sou o corpo". Ele está sempre descontentado dizendo, "eu quero isso, eu quero aquilo", e perambula por aí sempre mendigando por algo no mundo.

Ele apenas pode realmente ser pacificado com o presente do Ser. O homem que canta, "o que acontecerá comigo, com minha mulher e filhos, e com o dinheiro que eu considero ser meu?" está sempre perturbado e chateado. Esse tipo de homem precisa receber o presente de ter bravura. E então se torna sem medo. Apenas o Sadguru é generoso o suficiente, e capaz de outorgar esse presente da ausência de medo, que é o mais nobre de todos os presentes.

As coisas do mundo que são estimadas pelas pessoas sempre geram medo. Quando alguma ação é feita após ouvir as opiniões das pessoas mundanas, ela aumenta muitos tipos de medos. Visto que essas coisas que aparecem na ilusão são definitivamente perecíveis, ficamos completamente exaustos ao tentar mantê-las. De outro lado, a pessoa se torna sem medo ao escutar as histórias dos Santos. Aquilo que é ganho ao escutar os Santos, aquilo que é alcançado, não é perecível. Conquistas espirituais são cheias de felicidade. Quando você ganhar experiência na vida espiritual, então você conhecerá a bênção que você recebeu do Sadguru.

Siddharameshwar Maharaj

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com/











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A Ciência Espiritual do Auto Conhecimento - Siddharameshwar


A Glória é Saber Que Todas As Aparências São Ilusórias

A palavra Jiva é a combinação de duas palavras - "Ja" somada com "Iva", que significa que ele é como se tivesse nascido, mas na verdade não nasceu. O sinal de Paramatma é que Ele nem nasce e nem morre. A experiência de que Paramatma é sem nascimento e sem morte deveria ser sentida de fato. A palavra "Akasha" significa vácuo ou espaço vazio. O espaço vazio está em um pote, numa casa, e na consciência. Mesmo que o pote seja quebrado, ou que a casa desabe, o céu, ou o espaço que está contido dentro deles, não é afetado. Similarmente ao céu (Akasha), o Ser (self) também não vai nem vem a lugar nenhum. O Ser é anterior a todos os atributos, assim, ele não tem idas e vindas. Antes que houvesse mesmo o céu ou a água, naquele tempo, o Ser supremo, Atmaram, estava lá.

Você conta o tempo, os anos, através do sol nascendo e se pondo, mas naquele tempo não havia o sol, não havia a terra. Atmaram é assim tão antigo, ele estava lá antes que qualquer elemento viesse à existência. Dias e anos são todos fictícios. Mesmo que grandes poderes espirituais ou milagres se tornem evidentes, eles são todos um sonho. Este mundo não é real mesmo que por um momento, mas ele parece como se tivesse milhões de anos de idade. Tudo isso é falso. Pense em quinze minutos de um sonho. Ali você pode experimentar centenas de nascimentos e mortes. Escute - A glória é saber que todas as aparências são ilusórias, todas são falsas, e não há nem idas e nem vindas, e Aquele que é esta Glória, é Paramatma.

Você próprio é Paramatma. Sua "Verdadeira natureza" é esta. Você não tem nascimento, nem morte, nem idas e nem vindas. O que tem forma não é o que você é. "Nirguna" significa não ter qualidades. A palavra "Ananta" significa "aquilo que nunca termina". Paramatma está eternamente existindo, sem pausa. Aquele que sabe que somos assim em qualquer lugar ou tempo é Paramatma. Quando conhecemos as verdadeiras qualidades de Paramatma, temos essas qualidades em nós mesmos. Elas estão embebidas nele e devem assim ser embebidas. Uma vez que Paramatma permeia tudo, Ele é chamado de "todo-permeador", ou Vyapak. Em todas as variadas coisas, só há Uma que existe, assim como em todos os ornamentos, há apenas ouro. Todos os muitos nomes são usados para facilitar a aquisição da compreensão, mas Paramatma é além de descrição. Essas qualidades atribuídas a Ele são apenas suas propriedades. Tudo dessa aparência do mundo são as riquezas de Paramatma. São seu estado real. Aquele que é adornado por essas qualidades é Paramatma.

Através da devoção o estado Dele é alcançado. Os nove tipos de devoção, ou a devoção nônupla (Navavidha Bhakti), é a devoção através da qual muitos se tornaram purificados. Dentre esses nove tipos de devoção, a nona, é a "auto-rendição", que é chamada Atma-Nivedana. Nós devemos meditar sobre esse nono tipo de devoção através de nossa própria experiência interior, Esse é chamado de o "estado de poder", o estado de ser "a Testemunha", o estado de "Chaitanya". Deveríamos examinar nossa própria experiência conforme isso.

Temos que oferecer nossa cabeça (prostrando-se) à Deus ou ao Guru após completarmos nossa adoração. Isso significa que temos que abandonar nosso apego com todas as posses. Dentre os devotos, existem muito poucos que meditam sobre a natureza do Ser, e pensam sobre o que o seu Ser real é. Existem muito poucos que questionam: "O que sou eu?" A natureza dessa forma de devoção, é que deveríamos observar quem nós somos. Quando é sabido que não somos ninguém, então quem é? Alguém É! Aquele alguém é Paramatma. Sem imperfeições e sem qualidades é aquele Ser supremo. Ele é todos os objetos, todas as qualidades, o ego, todas as coisas. Apenas "você" não está lá. Tudo é Paramatma mas quando você torna-se um insignificante pequeno ego, você é um indivíduo, o Jiva. Preocupações e pesares são seu destino na vida, e você se torna impotente. Por causa da aceitação do estado de Jiva, você se torna um prisioneiro. Com a dissolução do estado de Jiva, o que permanece é Shiva.

Todos os servos do "Grande Ser" também são grandiosos. Vishnu é Sua mente. O sol e a lua são Seus olhos. Shiva é seu ego. Brahmadev é seu intelecto. A terra é Sua pele e Seus cabelos. Tudo isto é "o Glorioso Poder do Senhor". Nele, nada é insignificante. Quando o sentido de ser um Jiva se vai, apenas Shiva permanece, e Ele é Paramatma. Nesse momento, todos os órgãos sensoriais são elevados àquela Glória, e recebem nomes de várias deidades. Quando a casa é possuída pelo "Proprietário", naturalmente as portas e janelas também são de posse Dele.

Siddharameshwar Maharaj

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com/








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A Verdade é Imutável e Eterna - Siddharameshwar



“Você” é o precursor de tudo

A verdade não pode ser evitada. Não pode ser distorcida nem mudada de maneira nenhuma. Tal é o Parabrahman (O Ser supremo). Oposto a isso, Maya (a ilusão) é isso que pode ser manipulado e mudado. Ambas as entidades (Brahman e Maya) estão presentes. É por isso que você deve procurá-los por você mesmo. Trate de compreender que todos os objetos externos podem ser movidos ou apartados. A própria Terra gira sobre si mesma e ao mesmo tempo dá voltas. O ar, o fogo e a água são móveis também. Porém, o céu não pode ser movido mesmo que desejarmos fazê-lo. Mas se fecharmos os olhos, até mesmo o céu desaparece. O céu é a mãe de todos os objetos. Todos estes objetos (ou seja, o mundo manifestado) não são verdadeiros. Não há nenhum objeto nesse mundo que não desapareça se ignorarmos sua "existência". Agora olhe para dentro. O corpo grosseiro desaparece. A mente é apenas os pensamentos e a fala. Se estivermos serenos (se a mente está em repouso) então desaparecem todos os sonhos, as dúvidas, o intelecto, os pensamentos, etc. O que sobra então? Nada. Este nada também pode ser abandonado, Mas, não obstante, permanece aquele que abandona. "Eu" sou o que transcende tudo. Assim, portanto, sobra "eu" como um presenciador. Finalmente, abandone também este "Eu". Agora sobra apenas a verdade, que está além do conhecimento ou da ignorância. Aquele que se esqueceu de tudo, todavia permanece. "Aquele que entra, sairá - não importa que seja um rei ou um mendigo". Aquele que renuncia tudo já não está na escravidão da mudança. Este a de ser compreendido como Brahman (o Ser, o si mesmo).

Tudo está em Brahman e Brahman está em tudo.

Se há pão na boca, então esse pão ocupará certo espaço na boca. Todavia, se duzentos camelos forem vistos em um espelho, o peso do espelho não mudará porque os camelos vistos no espelho são somente um reflexo. Similarmente, embora o mundo fenomênico esteja em Brahman, isso não afeta e nem distorce Brahman de maneira nenhuma. Consequentemente, uma vez que você reside no seu próprio Ser (self), todos os objetos externos desaparecem. Tudo isto é Maya, somente um engano. O Ser permanece intocado por Maya. O nascimento de uma pessoa adquire significado verdadeiro somente quando se realiza o Ser. Do Ser surgiram o intelecto, o conhecimento, a ignorância, etc. Por conseguinte, "Você" é o precursor de tudo. O senhor Brahma, Vishnu y Mahesh devem sua existência a "Você". Durante o sono profundo, todos esses desaparecem; mas "Você" é permanente.

Siddharameshwar Maharaj






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Conhecimento Puro - Siddharameshawar


Existência eterna independente de objetos e formas

Para entender melhor como exatamente o "puro conhecimento uno" está atuando; você tem apenas que sair de casa e de imediato olhar para a lua. Com que velocidade, de dentro da janela da mente, a pura consciência se apressa até a lua? Veja como ela permeia o céu inteiro numa fração de segundo. Tente isso. A mente tem essa mesma velocidade? A mente recebeu essa velocidade de ciência da lua, apenas através da ajuda desse "Conhecimento". Onde quer que a mente vá, a Consciência já está lá. Que admiração é então que o movimento da mente pereça emperrado nessa consciência. Você tem apenas que abrir as pálpebras e o "Conhecimento" (consciência) simultaneamente permeia o céu inteiro e a vastidão que contém uma multitude de estrelas e a lua.

Em vez de dizer que ela permeia, é melhor dizer que ela já permeou tudo o que agora é experimentado. Quando a Consciência viaja do olho até a lua, e a pessoa reconhece-a como sendo a lua - esse é o conhecimento "objetivo". Nesse exemplo a lua é o objeto, e a consciência assume a sua forma assim que ela sabe que aquilo é a lua. Se há uma nuvem na frente da lua, a Consciência assume o formato da nuvem, e é vista como aquele objeto. Assim, a consciência permeia a nuvem, e sabe que a nuvem é um objeto.

Agora, tente notar a "camada" de consciência sem um objeto, o "Conhecimento Puro" sem a mistura de nenhum objeto. Aquele espaço, ou vácuo, que existe entre os olhos e a lua, não foi notado por você, ainda assim ele estava lá, permeando, existindo em sua própria natureza. Aquela é a forma pura do "Conhecimento". Quando um vácuo, ou espaço vazio, que foi notado anteriormente, é propositalmente tornado o objeto da atenção, ele pode tornar-se o objeto da atenção como o "espaço". O que é notado é Maya, e o que não pode ser visto é "Brahman".

Enquanto olha para a lua, o vácuo ou o espaço entre, não veio à sua atenção. Portanto, é consciência sem um objeto. Se esse espaço, ou vácuo é separado, e é tornado um objeto da visão, esse Conhecimento Puro é transformado num zero, porque se o espaço é visto separadamente, a modificação da mente se torna um vácuo. Se existe alguma diferença entre o céu e o Puro Conhecimento, é essa: Olhar separadamente para nossa própria natureza é o céu, e quando o ato de "olhar" é abandonado, é "conhecimento puro". Uma vez que o conhecimento puro é reconhecido apropriadamente dessa maneira, mesmo quando misturado com qualquer objeto, ele pode ser selecionado e reconhecido. Uma vez que a água pura é conhecida, mesmo quando misturada com alguma outra coisa, sua parte pode ser reconhecida dentro da mistura.

A água é um fluído que pode tornar-se condensado em gelo. Mesmo quando a água abandona sua fluidez e assume a densidade do gelo, ela ainda é reconhecida como água na forma de gelo. Não é difícil reconhecer a umidade da lama como sendo água. Similarmente, uma vez que o Conhecimento Puro é conhecido, sua existência estável nesse mundo móvel pode também ser reconhecida, na forma de Sat-chit-anada (existência-consciência-contentamento).

A água pura é desprovida de qualquer cor, forma, gosto, ou cheiro. Uma vez que isso é propriamente entendido, mesmo quando a água é condensada, assumindo uma forma densa, ou fique apimentada ao adicionar pimenta, ou ficar doce ao adicionar-se açúcar, ou se torne cheirosa, ou seja, colorida com um tom de rosa, ou usada como água na tinta, é muito inconfundivelmente ainda reconhecida como água pura, ou água menos a forma, o gosto, o cheiro, e a cor.

Assim, pelo mesmo método de eliminação, mesmo quando esse Conhecimento Puro está condicionado, ao subtrair o condicionamento, e ao dividir a forma em seus respectivos elementos, ele será reconhecido como sendo absolutamente "Conhecimento Puro" apenas, que preenche todas as formas até a borda, em toda parte. Entretanto, antes de alcançar esse "Conhecimento Puro" pelo método da eliminação, se a pessoa aceita o método da enumeração (escutando as qualidades de Deus), e segue discursando como é que somente Deus permeia todos os seres, e todas as formas, e que não existe nada além de Rama, e que "o mundo, e o senhor do mundo, são apenas um" etc., etc., então tal balbuciação jamais pode ser útil.

Em contraste com esse tipo de fala, se a pessoa fala apenas palavras vazias sem ter a experiência por traz delas, tal como: "Eu sou Brahman", "os sentidos fazem seu trabalho, contudo eu não sou o fazedor, e não há virtude ou pecado na soleira de minha porta, etc.", em vez de ganhar o Ser, ele apenas irá enganar seu Ser. Dessa forma, esses chamados "Auto-descobridores" perdem alegria no mundo, bem como do outro mundo. O santo Kabir disse "Ele foi embora como veio". Isso significa que essas pessoas morrem no mesmo estado de consciência com o qual elas nasceram. Não obtém nenhum benefício além disso.

Siddharameshwar Maharaj

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com/









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Devoção - Siddharameshwar



O demônio da dúvida significa pensar que somos um indivíduo (corpo)


Com as mãos em prece, o discípulo curva-se perante seu Mestre, o qual é Shiva. Após prostrar-se, ele diz para o Guru, "Você agraciou-me com este que se curva perante Ti, o Estado de Shiva". Aquele "Estado", que Você concede é "Teu Próprio Ser". Você não permite que a entidade separada na forma de um indivíduo (Jiva), permaneça, então como pode a identificação com o corpo permanecer? Você não perturba nossa vida, mas aceita nosso serviço a Você. Isso significa que o discípulo aparentemente é igual aos outros, no corpo físico. O princípio vivo, movendo-se no discípulo, é tão normal quanto o dos outros homens, mas Você transforma a "Consciência Interior" na vastidão de Shiva. Você dá ao Teu devoto o elevado estado do Ser (Self), o qual está além do corpo, mas de alguma forma o corpo físico ainda serve a Ti.

O grande demônio da dúvida é esse que pensa que somos um indivíduo (corpo), embora sejamos verdadeiramente Brahman. Ao matarmos esse demônio da dúvida, Você carrega esse corpo morto. Quando a noção errônea de que a pessoa é o Jiva se vai, Você carrega o corpo dela, dá o status de Brahman àquele corpo. Então, como Vishnu, o Deus todo-Permeante, mantém unido o corpo e opera através dele, Você reside no corpo como Janardan. Agora, Eknath fugiu. Não há ninguém que seja o proprietário, chamado Eknath, que esteja nesse corpo. Há apenas o Guru, o Mestre, que é Janardan. O som da concha fica evidente por causa daquele que a assopra. Quando este corpo está apto a falar, é porque Você o fez fazê-lo. Este corpo está movendo-se, e fazendo suas atividades por Sua causa, pois o que era "meu" se foi, junto com "eu".

Agora todas as ações são feitas por Você. O sentido de ego que estava no corpo se foi, e é agora substituído por Ti. Agora o reinado do Jiva terminou, e Você, Shiva, é o governante. É através do Seu Prana, que o Prana do corpo funciona. Os olhos que vêem, são Seus olhos, e Seu nariz absorve a fragrância. Você é o percebedor do nariz e dos olhos. Os ouvidos escutam como Você deseja que escutem. A língua capta o sabor através da Tua vontade, e o intelecto compreende através de Teu poder. O que quer que a mente diga, é através da Tua força. Sem Você, a mente não é capaz de dizer nada. Discriminação e "Conhecimento Seletivo" (peneirando o não essencial do Essencial) é possível através da Tua vontade. A fala é um adorno Teu. A compreensão é possível por Tua causa. Estar desperto, ou ter sonhos, é através do Teu poder. Mesmo o sono profundo, é experimentado por Tua causa. Quaisquer coisas que são apreciadas são por causa de Ti. Você está aqui, chamando a si mesmo de "Eu". Através da Tua Graça as pessoas reconhecem este corpo como Eknath. Esse nome é Teu agora. Em vez de Te chamar de Janardan, eles te chamam de Eknath, Mas é apenas Você que age, não Eknath. Ao assumir o nome Eknath, Você tornou-se "o diretor".

É Você que dá vida a tudo neste mundo. Você é a "Vida do Mundo". Você torna possível todas as ações. Você é tão Grandioso Sadguru, Janardan. Saudações a Ti, com Teu Próprio Poder! Lâmpadas de Arati são oferecidas para o Sol, mas a luz da lâmpada é dada pelo Sol. Adorar Shiva é se tornar Shiva. Esta é a adoração Dele. Dessa forma, é Você que dirige o corpo.

Quando a casa queima, todas as peças de madeira e bolos de esterco tornam-se fogo junto com ela. Similarmente, através do fogo do Conhecimento, o "eu" com um corpo tornou-se Conhecimento. Isso significa que o "eu" tornou-se não-existente. E agora apenas sobrou você na forma de Conhecimento. Pelo Teu "Poder", Você está continuando o livro da vida. Dormir, comer, fazer as refeições, tudo, é possível apenas por Tua causa. Tua pureza jamais é manchada. Os auspiciosos e não os auspiciosos são todos um em Ti, Senhor Rama. Quem é esse que diz, "Você é o fazedor de tudo?" Qual o nome deveria ser dado a Ti? É Você que fala assim, é você que está ciente da Consciência. Você é Ti mesmo.

Quando você diz que a dualidade vem à existência, você tem que tomar conta daquilo que é visto, e daquilo que não pode ser visto. Quando apenas a "Experiência Pura" está lá, a trindade do observador, o observado e o ato da observação, vem à existência por causa do engano da mente. Quando você comeu um doce, por que fazer a distinção e dizer "Ele" comeu? Você deve ser muito claro em dizer "Eu sou Brahman" e "Eu desfruto de todos os prazeres". Isso significa que Brahman desfruta Brahman. Após ter conhecido o mundo, e após ter experimentado, "você" (o Ser) ainda está lá, mas você é uma nulidade. Sentir isso é essencial. É o Guru, apenas, que reside no corpo.

Siddharameshwar Maharaj

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com/







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Quem é Este “Eu”? - Siddharameshwar


Na Verdade Não Existe Tal Coisa Como Um “eu”

Era uma vez, um homem chamado "Gomaji Ganesh" que vivia numa cidade chamada Andheri. Certa vez, esse homem estabeleceu um costume nos Tribunais de Justiça que nenhuma ordem ou documento poderia ser aceito como legal a menos que levasse o selo com seu nome nele, juntamente com as palavras "A porta de bronze". A partir desse momento, todos os oficiais daquele município apenas aceitavam um documento como sendo legal se portasse o selo de "Gomaji Ganesh, A porta de bronze". Esse procedimento para legalizar documentos continuou por um longo tempo até que eventualmente o selo tornou-se oficialmente parte do sistema legal da cidade de Andheri, e ninguém jamais investigou a respeito de quem esse "Gomaji Ganesh" era. Conforme o tempo passou, aconteceu que um dia um documento importante que não portava o selo oficial "Gomaji Ganesh, A porta de bronze" foi citado como evidência num caso arquivado no Tribunal de Justiça. Com exceção do fato de que esse documento não tinha o selo oficial, ele era completamente legal de acordo com todos os outros pontos da lei e procedimentos ordinários. Numa certa altura do caso, uma objeção foi levantada de que o documento não deveria ser aceito como uma evidência pois não continha o selo oficial "Gomaji Ganesh, A porta de bronze".

Naquele momento, um homem corajoso que representava uma das partes do processo argumentou perante do juiz que o documento era perfeitamente válido, pois continha todas as assinaturas relevantes dos atuais oficiais do governo. Ele argumentou, "Por que o documento não deveria ser admissível uma vez que é perfeitamente legal exceto por não conter o selo do Sr. Gomaji Ganesh?" Então, ele questionou a legalidade do próprio selo. Consequentemente, a legalidade do selo foi tornada um assunto de contenda. Até aquele dia, ninguém tinha se aventurado a trazer esse assunto diante do Tribunal de Justiça. Uma vez que havia surgido agora pela primeira vez, foi decidido que uma posição deveria ser tomada em relação à legalidade desse selo.

Curioso a respeito de como o procedimento do selo da "Porta de Bronze" veio a surgir, o próprio juiz tomou o assunto em mãos para investigar. Quando completada sua investigação, ele descobriu que muitos anos atrás no passado, um homem de nenhum status particular, um tal Sr. "Gomaji Ganesh", tinha tomado vantagem do governo mal administrado de seu tempo, e colocado seu próprio nome num selo que era para ser usado por todos os documentos oficiais. Daquele tempo em diante, todos os oficiais do governo simplesmente continuaram seguindo cegamente a tradição. De fato, o juiz descobriu que o Sr. Gomaji Ganesh era um homem sem importância nenhuma, que não tinha autoridade de nenhum tipo. Quando o juiz fez essa descoberta, uma decisão foi tomada pelo Tribunal que o selo não era mais necessário para documentos legais. A partir daquele dia, o selo passou a ser olhado como ridículo.

Da mesma maneira, deveríamos investigar sobre o sentido de "eu", e como ele domina tudo com o selo do "eu", e "meu", assim como o selo do Sr. Gomaji Ganesh descrito na história acima.

É uma regra geral ou um princípio da natureza, que se duas coisas são combinadas, uma terceira coisa é produzida. Por exemplo, a combinação de uma linha com algumas flores produz uma guirlanda que anteriormente não existia. Até mesmo o nome dos objetos que foram responsáveis por produzir a guirlanda desaparece assim que a guirlanda vem a existência. A guirlanda passa então a ser conhecida por seu próprio rótulo. Os rótulos de "flores" e "linha" tornam-se extintos, e o novo nome "guirlanda" é usado, e com esse novo nome, novas ações seguintes são realizadas. Com o contato da água com a terra surge o barro; consequentemente os rótulos "água" e "terra" tornam-se extintos. Da mesma maneira, pedras, tijolos, barro, e cimento são unidos e uma terceira coisa chamada "muro" aparece diante de nossos olhos, enquanto que as pedras, tijolos, barro e cimento simplesmente somem de nossa vista.

É através da união do Conhecimento e da Ignorância que uma coisa peculiar chamada "intelecto" vem a existência, e é através desse "intelecto" que o contato com o mundo emerge. O ouro e o ourives unem-se e produzem uma terceira coisa que aparece diante de nossos olhos como um ornamento. O ornamento é visto e o ouro e o ourives são esquecidos. Na verdade, se alguém tentasse descobrir se existe uma coisa tal como um "ornamento" no ouro, essa pessoa não veria nada além de ouro. Se falarmos para alguém trazer um ornamento sem tocar no ouro, o que ele poderia trazer? A coisa que chamamos de ornamento simplesmente sumiria.

Da mesma maneira, da união de Brahman (o absoluto) e Maya (ilusão), o ladrão chamado "eu" surgiu orgulhosamente dizendo "eu", e erguendo sua cabeça saiu proclamando soberania sobre ambos Brahman e Maya. Esse "eu", ou ego, é o filho de uma mulher estéril (maya), que tenta estabelecer soberania ilimitada sobre o universo inteiro. Se observarmos os pais desse "eu", fica claro que é impossível para eles darem a luz a tal filho. A mãe da criança é Maya, a qual não existe. Do útero de Maya, o "eu" saiu. É suposto que ele tenha sido produzido pela "energia da vida". No entanto, essa energia da vida (Brahman) não tem sexo, e nem mesmo proclama ser a "fazedora", então os leitores podem imaginar que tipo de "eu" é esse.

Como descrito acima, a existência do "eu" é só no nome. Ainda assim, como o Sr. Gomaji Ganesh, ele anuncia seu nome por toda parte como "eu". E vai por ai dizendo "eu sou sábio, eu sou grande, eu sou pequeno", o tempo todo tendo esquecido de onde ele veio. Em vez disso, ele começa a glorificar a si mesmo como "eu", como o gato que toma leite com os olhos fechados sem estar ciente do pau que está para atingi-lo pelas costas. Assim que ele aceita um direito, ou um privilégio, ele deve também aceitar a responsabilidade que vem junto com isso. Assim que uma pessoa fala, "eu sou o realizador de um certo ato", esse "eu" deve gozar dos frutos de tal ação. A apreciação ou o sofrimento dos frutos, ou dos resultados da ação, estão vinculados à própria ação e à identificação como sendo o fazedor.

Na verdade não existe tal coisa como um "eu". Toda a "propriedade de realizar ações" (doership) que é a força motivadora por de trás do "eu" está contida somente em Brahman. Entretanto, Brahman é tão esperto, que no momento que ele encontra alguém que se orgulha em ser o "fazedor", ele deixa toda a responsabilidade pelas ações sobre aquele "eu" e permanece não comprometido com aquilo. Consequentemente, o pobre "eu", está destinado a revolver na roda do nascimento e da morte. No exemplo da guirlanda mencionado acima, o nome "guirlanda" surgiu depois que os nomes "linha" e "flores" foram esquecidos. Quando a guirlanda seca é dito que a guirlanda secou, ninguém diz que as flores secaram, dizem que a guirlanda secou, ou se a linha se rompe, dizem que a guirlanda se rompeu. Isso indica que a "fazedura" (doership) do objeto original é imposta sobre o terceiro objeto devido ao orgulho, ou à identificação com o objeto. Da mesma forma, umas séries de misérias assolam o "eu" inexistente. Se a pessoa quer livrar-se da miséria, ela deve abandonar o "eu".

Entretanto, antes que seja abandonado, temos que descobrir exatamente aonde esse "eu" reside. É apenas quando encontramos o "eu", é que podemos falar em abandoná-lo.

O aspirante deveria iniciar a busca por esse "eu" em seu próprio centro. Ele nunca será encontrado fora de nós. Em cada ser humano o sentido de "eu", ou ego; e de "meu", o sentimento de posse; está preenchendo-nos até a borda. Todas as ações no mundo são realizadas pela força desse ego, e o sentido de "meu". Para rastrearmos esse "eu" vamos primeiro examinar nosso próprio corpo físico grosseiro*, que parece tão próximo de nós. Após analisá-lo, vamos ver se esse "eu" pode ser encontrado em algum lugar do corpo.

(* A investigação do "eu" continua depois nos outros três corpos, isto é, no corpo sutil, no corpo causal, e no grande corpo causal, no capítulo "A investigação dos quatro corpos - em busca do 'eu'" do livro "A chave mestra para a Realização do Ser").

O que é um corpo? É uma reunião do conjunto de partes (ou membros), tais como mãos, pés, boca, nariz, ouvidos, olhos, etc. A reunião de todas essas partes é chamada de "corpo". Dessas várias partes, vamos descobrir qual delas é o "eu". Podemos dizer que a mão é "eu", mas se a mão for cortada, ninguém irá dizer "eu fui cortado", ou "fui descartado". Suponha que os olhos fiquem cegos. Ninguém diz "fui embora", ou se o estomago está inchado, ninguém fala, "eu estou inchado". Não, ao invés dizemos "minha mão foi cortada", ou "meus olhos cegaram", ou "meu estomago inchou". Todas essas partes são chamadas como "meu corpo". Olhando dessa maneira, pode facilmente ser visto que aquele que afirma ser o proprietário de todos esses membros, e mesmo do próprio corpo, realmente é alguém que é diferente do corpo que ele chama de sua propriedade.

Afirmamos acima que o "eu" não é nenhuma parte, ou nenhum dos membros do corpo grosseiro, mas que todas as partes são consideradas como "minhas". Existe uma verdade geral estabelecida, ou uma máxima, que diz, "Onde não existe o 'eu', não pode existir nada que possa ser chamado de 'meu'". Dessa máxima, procede que o corpo e os membros na verdade não pertencem a "mim", sendo que não há nenhum "eu" residindo ali. A mesma máxima se aplica no caso seguinte: se "eu" não resido na casa do vizinho, pode a casa do vizinho, ou os pertences e partes associadas a ela pertencerem a mim? Se alguém quiser verificar a verdade da máxima "onde não há o eu, não pode haver nada de meu", é só ir na casa do vizinho e dizer "eu sou o amo aqui, e a mulher desta família também é minha". Se você tentar mostrar o seu sentido de "meu" à mulher daquela casa, e começar a fazer investidas na direção dela, rapidamente você verá que tipo de experiência você terá. O verdadeiro dono daquela casa irá te bater tão forte que você logo perceberá que "eu não sou o amo aqui, e ela não é minha". Da mesma maneira, quando o "eu" não pode ser traçado em nenhum lugar no corpo então como pode ser dito que as partes do corpo e suas tendências pertencem a "mim". Se você ainda insiste em chamá-lo de seu, descubra porquê, e também olhe atentamente para a condição de todos os seres humanos que olham para seu corpo como sendo deles, e agem dessa maneira.

O ser humano esquece seu Verdadeiro Ser, e não entende quem ele realmente é. Portanto, tem que tomar muitos nascimentos em inúmeras espécies. Às vezes ele se torna um verme que transita num excremento. Às vezes torna-se um novilho e fica preso girando em círculos numa moenda. Às vezes torna-se um asno e trabalha duro chafurdando num monte de lixo. Quantas misérias se têm que sofrer é quase impossível de descrever. Após passar por nascimentos em todas as outras espécies, finalmente tem-se a boa sorte de nascer como um ser humano. Esse nascimento no corpo humano é único sendo que ele tem a capacidade de um intelecto superior e de discriminação a fim de que possamos conhecer a Deus, o "Ser definitivo".


Siddharameshwar Maharaj






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Imortalidade - Siddharameshwar


Assim Como o Céu (o espaço) Invade Um Frasco, o Ser Invadiu-nos

Chegamos a descobrir quem somos apenas ao pensar sobre isso. Qual é nosso dever quando ganhamos o nascimento como seres humanos? Este nascimento humano não é só para fazer os deveres de casa e as tarefas mundanas, como o touro que trabalha fazendo girar a prensa de azeite (sempre envolvidos mecanicamente em atividades repetitivas). Cumpra suas funções de tal maneira que você se torne imortal. Não viva apenas para fazer os deveres mundanos, apenas para morrer. "Os ossos serão queimados como um feixe de madeira seca". Não viva assim. Viva para atingir o estado de imortalidade. Um dia você certamente morrerá. O que restará então? Será como Shimga*, uma vida perdida ou nascimentos sem fim?

Se um homem trabalha verdadeiramente, pode tornar-se Narayana, Deus. Um Jiva está condenado a nascimentos em oitenta e quatro espécies diferentes. Ninguém virá para salvar-lhe, se você optar por permanecer um Jiva (ego). "Quando o anzol com a isca é engolido, tem sabor doce, mas quando a morte chega, a garganta é rasgada". Você verá como é tudo fútil à medida que os dias passarem.

Portanto, trate de fazer um bom uso deste nascimento humano. Não o desperdice. A pele de um animal pode ser utilizada para fazer sapatos, mas a pele humana não tem nenhuma utilidade após a morte. No entanto, se um homem fizer esforços para compreender a realidade, ele se tornará Deus. Este corpo não tem absolutamente nenhuma utilidade após a morte. "Eu vivi só para morrer". Não leve uma vida assim; viva para ser imortal. Seu nascimento será em vão se você não usá-lo para compreender a Realidade. "Deve-se ter um filho cuja bandeira flamule no topo dos três mundos". Você deve pensar sobre o porquê você nasceu. "Ele saiu do útero e entrou no túmulo - desperdiçando desnecessariamente seu nascimento". Que não seja essa a nossa situação!

Os homens comem, excretam, e finalmente morrem. Então têm que passar por nascimentos em oitenta e quatro espécies, assim tornam-se muito miseráveis. O propósito do nascimento humano é obter a felicidade última realizando Narayana, Deus. Em vez disso, as pessoas se envolvem em muitas coisas, desperdiçando assim este precioso corpo humano. É preciso compreender que se é Brahman para a obtenção de uma paz final. Isso é chamado Purushartha - o objetivo final do homem.

Somente a bandeira de tais pessoas flâmula no topo dos três mundos. Se somos Deus, temos de agir em conformidade. Somos todos onipenetrantes, sem qualidade, sem forma, como pode então Brahman estar enredado em uma vida mundana? Se o devoto busca Deus, ele O encontra. Na verdade, o próprio devoto é Deus. Quando está buscando Deus, ele descobre que ele mesmo é Deus. Você deve adorar Shiva para tornar-se Shiva, e em seguida, você também deve permanecer estável no estado de Shiva. Adquirira o estado de Shiva. O santo Ramdas disse, "Deus está muito perto, no coração, mas o encontro não acontece por toda uma vida".

Você deve entender Deus primeiro, isso implica que você deveria tornar sua visão totalmente penetrante. Assim como o céu permeia tudo, assim também Deus permeia tudo. Tenha em mente que Deus está em tudo. A luz do sol e a luz da lua são a luz do Ser. O Deus que permeia o mundo também reside dentro de nós. Assim como o céu (o espaço) invade um frasco, o Ser invadiu-nos. Quando o frasco (o corpo) se quebra, aquela porção de céu se funde com todo o céu, assim também a luz do Ser se funde em Brahman.

*Um festival indiano onde as pessoas vestem-se como diferentes animais e se divertem. Da mesma forma, segundo a mitologia hindu, quando a pessoa morre, tem de sofrer nascimentos como 8.4 milhões de espécies diferentes

Siddharameshwar Maharaj

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com/







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O Sonho Dentro do Sonho - Siddharameshwar


A Aparência Desta Vida Como Sendo Real, é Um Sonho

O Ser (Atman), que é sem nascimento e sem morte, dormiu; e em seu sonho, ele teve um sonho. Que tipo de sonho era esse? A aparição do mundo foi o sonho, e nesse sonho, ele sonhou que se tornou um indivíduo (Jiva). Então, a ilusão só aumentou. A aparência desta vida como sendo real, é um sonho. Aquele que era Deus se tornou um servo. Conceber como reais todas as pessoas, como a mãe, o pai, o irmão, os outros, e o mundo todo, é o sonho. Todos os seres do mundo estão revelando-se neste sonho. É muito raro e muito importante que uma dentre todas as pessoas deva pensar bastante longe.

Ter confiança em um santo é uma coisa muito rara. Um aspirante assim age de uma forma não egoísta. Aquele que está cheio de ego não vai nem mesmo jogar um pedaço de pão para um cachorro. Depois de realizar alguma caridade com a ausência do ego, há muitas vezes a experiência de altruísmo, ou de pura inteligência, que surge. É uma grande coisa sentir respeito pelo Santo. Grande é o fruto das bênçãos de nossos antepassados, os Santos que vieram antes.

Discernimento (Viveka) entre o essencial e o não essencial durante esta vida-sonho é raro.

A riqueza é uma espécie de narcótico como o vinho.

Por causa dos méritos do último nascimento, a pessoa volta-se para o Guru, e fica curiosa a seu respeito. É ela que pode verdadeiramente utilizar o poder de discernimento. Essa pessoa vai até o guru e pensa sobre o que é essencial e o que não é essencial, e chega ao entendimento de que, "eu sou Brahman". Só então ela pode perceber que o mundo é ilusão, e se torna desperta daquele sonho. Ela experimenta a pura essência do Ensinamento, e entende que o mundo todo é uma ilusão, e que "O Ser Supremo (Paramatman) é a única verdade". Torna-se então aquela "Existência, Consciência, e contentamento (SatChitAnanda) encarnado", e torna-se um com Brahman.

Quando você vem a conhecer o significado, e, quando pensa sobre isso, dizendo "Agora, eu tive a experiência, e, agora estou acordado". Quem é esse "eu" que adquiriu a experiência? Quando você diz que você experimentou alguma coisa, existe o ego, ou o "eu sou" (Aham). A coisa que diz "eu", ou "Você" não é nada.

Você diz que sabe, mas isso é apenas ego. É engano na ilusão. Por exemplo, você pode pensar que, "ele é", ou "você é" a mesma entidade antiga a quem as pessoas chamavam de Sr. Smith, mas agora "Sr. Smith" tornou-se Brahman. Se você decidir que o antigo Sr. Smith era só ilusão e que aquela "não-entidade" agora se tornou realidade, então a sua ilusão ainda não foi dissipada. O que é naturalmente o seu Ser, é a realidade como ela é. Não existe "eu" ali, mesmo na forma mais sutil. Enquanto for sentido mesmo que no mínimo, que há qualquer necessidade de proteger o corpo, o "eu" não desapareceu. Deveria haver o próprio sentimento efetivo, a experiência, que o universo inteiro está dentro de você. Este é o entendimento de que "Tudo é Ele", e "Eu sou Ele".

O bicho da seda constrói a sua própria casa, um casulo, e depois morre nela. Você também está se atando similarmente. Você considera-se ser o corpo físico. Isto em si é o cativeiro. Você tem se tornado como o casulo do bicho da seda. Água morna é derramada sobre o casulo, o bicho da seda é morto e, em seguida, a seda é colhida. Se você mantiver o sentimento que o universo inteiro, bem como o vento e o espaço que estão contidos dentro dele, é o seu corpo, então você automaticamente é Brahman. Existe apenas Brahman, que é apenas Um. Aquele que sabe que não há mais nada é ele próprio Brahman. Aquele cujos anseios pelos objetos dos sentidos se foram, cujo sentido de "eu", como separado de tudo o resto se foi, e cujo orgulho se foi, é aquele que realmente realizou Brahman.

Siddharameshwar Maharaj

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com/








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