Conhecimento Puro - Siddharameshawar


Existência eterna independente de objetos e formas

Para entender melhor como exatamente o "puro conhecimento uno" está atuando; você tem apenas que sair de casa e de imediato olhar para a lua. Com que velocidade, de dentro da janela da mente, a pura consciência se apressa até a lua? Veja como ela permeia o céu inteiro numa fração de segundo. Tente isso. A mente tem essa mesma velocidade? A mente recebeu essa velocidade de ciência da lua, apenas através da ajuda desse "Conhecimento". Onde quer que a mente vá, a Consciência já está lá. Que admiração é então que o movimento da mente pereça emperrado nessa consciência. Você tem apenas que abrir as pálpebras e o "Conhecimento" (consciência) simultaneamente permeia o céu inteiro e a vastidão que contém uma multitude de estrelas e a lua.

Em vez de dizer que ela permeia, é melhor dizer que ela já permeou tudo o que agora é experimentado. Quando a Consciência viaja do olho até a lua, e a pessoa reconhece-a como sendo a lua - esse é o conhecimento "objetivo". Nesse exemplo a lua é o objeto, e a consciência assume a sua forma assim que ela sabe que aquilo é a lua. Se há uma nuvem na frente da lua, a Consciência assume o formato da nuvem, e é vista como aquele objeto. Assim, a consciência permeia a nuvem, e sabe que a nuvem é um objeto.

Agora, tente notar a "camada" de consciência sem um objeto, o "Conhecimento Puro" sem a mistura de nenhum objeto. Aquele espaço, ou vácuo, que existe entre os olhos e a lua, não foi notado por você, ainda assim ele estava lá, permeando, existindo em sua própria natureza. Aquela é a forma pura do "Conhecimento". Quando um vácuo, ou espaço vazio, que foi notado anteriormente, é propositalmente tornado o objeto da atenção, ele pode tornar-se o objeto da atenção como o "espaço". O que é notado é Maya, e o que não pode ser visto é "Brahman".

Enquanto olha para a lua, o vácuo ou o espaço entre, não veio à sua atenção. Portanto, é consciência sem um objeto. Se esse espaço, ou vácuo é separado, e é tornado um objeto da visão, esse Conhecimento Puro é transformado num zero, porque se o espaço é visto separadamente, a modificação da mente se torna um vácuo. Se existe alguma diferença entre o céu e o Puro Conhecimento, é essa: Olhar separadamente para nossa própria natureza é o céu, e quando o ato de "olhar" é abandonado, é "conhecimento puro". Uma vez que o conhecimento puro é reconhecido apropriadamente dessa maneira, mesmo quando misturado com qualquer objeto, ele pode ser selecionado e reconhecido. Uma vez que a água pura é conhecida, mesmo quando misturada com alguma outra coisa, sua parte pode ser reconhecida dentro da mistura.

A água é um fluído que pode tornar-se condensado em gelo. Mesmo quando a água abandona sua fluidez e assume a densidade do gelo, ela ainda é reconhecida como água na forma de gelo. Não é difícil reconhecer a umidade da lama como sendo água. Similarmente, uma vez que o Conhecimento Puro é conhecido, sua existência estável nesse mundo móvel pode também ser reconhecida, na forma de Sat-chit-anada (existência-consciência-contentamento).

A água pura é desprovida de qualquer cor, forma, gosto, ou cheiro. Uma vez que isso é propriamente entendido, mesmo quando a água é condensada, assumindo uma forma densa, ou fique apimentada ao adicionar pimenta, ou ficar doce ao adicionar-se açúcar, ou se torne cheirosa, ou seja, colorida com um tom de rosa, ou usada como água na tinta, é muito inconfundivelmente ainda reconhecida como água pura, ou água menos a forma, o gosto, o cheiro, e a cor.

Assim, pelo mesmo método de eliminação, mesmo quando esse Conhecimento Puro está condicionado, ao subtrair o condicionamento, e ao dividir a forma em seus respectivos elementos, ele será reconhecido como sendo absolutamente "Conhecimento Puro" apenas, que preenche todas as formas até a borda, em toda parte. Entretanto, antes de alcançar esse "Conhecimento Puro" pelo método da eliminação, se a pessoa aceita o método da enumeração (escutando as qualidades de Deus), e segue discursando como é que somente Deus permeia todos os seres, e todas as formas, e que não existe nada além de Rama, e que "o mundo, e o senhor do mundo, são apenas um" etc., etc., então tal balbuciação jamais pode ser útil.

Em contraste com esse tipo de fala, se a pessoa fala apenas palavras vazias sem ter a experiência por traz delas, tal como: "Eu sou Brahman", "os sentidos fazem seu trabalho, contudo eu não sou o fazedor, e não há virtude ou pecado na soleira de minha porta, etc.", em vez de ganhar o Ser, ele apenas irá enganar seu Ser. Dessa forma, esses chamados "Auto-descobridores" perdem alegria no mundo, bem como do outro mundo. O santo Kabir disse "Ele foi embora como veio". Isso significa que essas pessoas morrem no mesmo estado de consciência com o qual elas nasceram. Não obtém nenhum benefício além disso.

Siddharameshwar Maharaj

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com/









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