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O Não-Eu - Isaac Shapiro



Esteja Consciente de Qualquer Experiência

Pare por um momento e simplesmente experiencie a totalidade de sua experiência simplesmente como SENSAÇÕES agora.

Dê-se conta de que o que você experiencia, de que suas sensações, estão mudando todo momento, e, portanto, não podem ser descritas. Para poder falar sobre o AGORA você precisaria falar volumes, e mesmo assim a sua experiência já teria mudado.

Dê-se conta de que, se você experiencia isso sem então quantificar ou qualificar suas sensações, se há um senso de limite entre você e sua experiência.

Dê-se conta de que normalmente achamos que podemos descrever nossa experiência, e nessa idéia há um senso de eu. Perceba que ao tentar descrever nossas sensações, essa atividade parece dar ao não existente "eu" um senso de controle.

Agora se dê conta de que você está consciente de qualquer experiência. Essa atenção já está presente. Veja se você pode descrever essa atenção. Dar-se-á conta de que isso é impossível.

Onde ela está? Em todos os lugares.

Há algum limite? Nenhum.

O que é ela? Todas as coisas.

Nós temos duas palavras para atenção e experiência. Mas realmente há somente palavras. Nós não podemos descrever. Veja se há qualquer limite entre a atenção e experiência.

Nós temos a capacidade de objetificar uma experiência, e então parece que há um observador e um objeto observado.

Quando acontece o experienciar da totalidade de nossa experiência no AGORA, não há possibilidade de objetificar, por isso, não há sensação de eu.

Fonte: http://naodual.blogspot.com/2008/11/o-no-eu.html



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Erupção de Paz - Isaac Shapiro

Ser Quem Você É, é a Real Meditação

Isaac Shapiro - Bem-vindos a Satsang. Por favor, sinta-se livre para perguntar e falar sobre quaisquer novas erupções de liberdade.

Questionador - Você medita, e o que você sente a respeito da meditação?

IS - Há tantas técnicas que as pessoas chamam de meditação. Em ultima analise quando você está fazendo alguma atividade para chegar a algum lugar, mesmo se é para chegar ao silencio, você está perdendo o que já está aqui, porque você está tentando ir a algum outro lugar. A verdade já está aqui. O único momento no qual você pode conhecer a verdade é agora. Se você está fazendo qualquer esforço, isso o levará para fora do agora e reforçará o senso do eu. Isso o levará a algum outro lugar. Isso criará um jogo sutil de diferentes experiências e a avaliação destas experiências. Quando você está pronto para acabar com tudo isso, você vem para o agora, para este instante. Não avalie ou compare. Não intencione nada ou tente chegar a lugar algum. A verdade já deve estar aqui. Você pode ter muitas experiências ao fazer diferentes técnicas, mas estas experiências não o ajudarão.
Quando você diz, "Eu vou meditar por meia hora", você já amarrou sua mente do lado de fora da meditação antes de começar, porque você de fato está dizendo, "após meia hora eu não vou meditar mais".

Estar neste momento é meditação! Você está sempre aqui. Simplesmente esteja com sua experiência direta de quem você é a qual é por 24 horas e é sempre agora. Você não pode ser quem você seja por apenas meia hora. Ser quem você é, é a real meditação. Em meditação não há nenhum senso de separação. Como um rio, ele veio do oceano e quando ele retorna para o oceano torna-se o próprio oceano. Quando a atenção volta-se para sua fonte, todo o senso de dar atenção a algo desaparece junto com o senso de um "eu" pessoal e somente Ser permanece. Assim naquele momento a Consciência está face a face consigo mesma. Nem mesmo face a face consigo mesma. Só existe Consciência. Assim meditação está acontecendo naquele vazio. Então o que quer que eu esteja fazendo, não importa. Há vazio e aquilo que surge no vazio. Isso é meditação; isso é a verdadeira compreensão.

Assim não há nenhuma busca por nenhum objeto, nenhuma experiência. Porque tudo está aparecendo em mim e eu não estou buscando o que está aparecendo em mim. Eu estou apenas buscando pela descoberta de mim mesmo. Então talvez haja um momento de sorte em minha vida no qual Aquilo se revela. Todo momento neste momento. Mesmo a idéia do momento aparecendo é apenas uma idéia, porque ela está aparecendo na própria Consciência. A consciência já está aqui, mesmo quando há pensamentos ou objetos. Assim tentar e manter-se preso a alguma idéia de tudo desaparecendo torna a idéia mais importante do que o Agora. Então há um esperar, um esforço para chegar a algum lugar, para fazer com que algo aconteça. A Consciência está aqui. Você é Ela.

Este sentimento de eu que surge, é natural para este corpo-mente. Esta habilidade para focar é necessária para o funcionamento deste corpo-mente. Normalmente as pessoas estão presas a este funcionamento do eu. Eles acreditam nele como se ele fosse elas mesmas. Você pode ver que isso tem que acontecer para este corpo-mente funcionar. Ele não é você. Isso é meramente uma atividade que está surgindo em algo muito mais sutil, absolutamente vasta. Sem limites. Então há desejo por deixar este eu funcionar e não estar associado a ele. Parece pessoal, mas não é. É simplesmente um funcionamento deste corpo-mente: não tem nada a ver com você. Você não teve nenhuma escolha sobre esse corpo. Assim você não é responsável pelas ações e reações desta personalidade a qual está aqui por si mesma.

Q - Você vive constantemente nesta visão ou ponto de vista?

IS - Eu digo, olhe para sua experiência direta de quem é você. Isso é um ponto de vista ou é uma experiência direta? Agora fale a partir de sua própria experiência. Quem é você? Não uma idéia em sua mente. O conceito de constância vem em sua mente e isto é uma avaliação e uma duvida sobre seu próprio estado. Se você pegar está duvida, então você está adorando a duvida. Veja-a somente como um pensamento. Fique com sua experiência direta de quem você é.

Q - Eu compreendo que a iluminação é algo muito repentino e muito grande. Agora eu sinto que ela é como uma compreensão que acontece gradualmente.

IS - O que chamamos de iluminação é somente uma idéia. A mente trabalha com padrões: bom, mal, certo, errado, isso é iluminação, isso não é iluminação. Este é o modo como a mente funciona. Remova a mente, remova qualquer pensamento, e o que é deixado? Apenas o aqui agora! Um estado natural, um estado inocente. Nenhuma idéia, nenhum ponto de referencia, nenhum relacionamento. Quando alguém tem algum relacionamento ele pode chamar isso de iluminação. Quando você não tem qualquer tipo de relacionamento, você não pode chamá-lo de nada. Qualquer pessoa que diga, "eu estou iluminado" está mentindo porque nenhuma pessoa ou estado pessoal está envolvido.

Q - Então o que é toda esta experiência de luzes douradas e céus flamejantes?

IS - Isso pode acontecer se você tomar bastante drogas ou com certos tipos de exercícios de respiração ou se você pressionar seus olhos com força (risos). Você não tem que correr atrás de nenhuma experiência! Realmente, apenas fique quieto. Há muito desentendimento sobre todo este conceito. Há tantas idéias. O único momento que você pode conhecer a Verdade é agora. Este instante. Agora você me diz o que há entre os pensamentos?

Q - Ser.

Q - O que mais é necessário?

IS - Somente coisas práticas para funcionar. Coisas práticas para funcionar - isso acontece por si mesmo. Ninguém está interessado em ser apenas si mesmo. Todos estão interessados em alguma experiência chocante. Eles não examinam o que está aqui; algo raro e belo acontece. Você começa a notar que por estar aqui, algumas coisas sutis começam a acontecer. Quando você está simplesmente desejoso de deixar tudo, incluindo estas experiências sutis, a Verdade brilha!

Q - Todo dia eu rezo para Deus. Eu me sinto bem, mas nas ultimas duas semanas isso não aconteceu. Eu não orei a Deus. Eu estou confuso sobre isso.

IS - Em nossa sociedade, existe este modo de funcionamento que produz separação. Nós nos sentimos separados uns dos outros, de Deus. Isso é chamado dualidade ou mente dividida. Nesta mente dividida, nós não nos sentimos em casa. Sentimo-nos perdidos, então rezamos a Deus. Pedimos a Deus por ajuda e quando estamos rezando a Deus nos sentimos bem, porque agora estamos abrindo a nos mesmos para o que pensamos que é a divindade. Mas isso mantém aquela atividade de pedir a Deus por algo. Isso nos mantém querendo algo. Isso produz um bem estar, mas nos mantém na dualidade. Isso é parte do nosso condicionamento. Crescemos com religiões institucionalizadas.

Q - Eu não cresci com elas.

IS - Isso estava na cultura se você cresceu com ela ou não. Em algum ponto você começa a olhar um pouco mais fundo. E no olhar você vê que o que quer que se manifeste, qualquer objeto que esteja lá deve vir de algum lugar. Todo objeto deve sua existência ao sujeito, cada objeto mesmo as imagens de Deus. Agora chegamos ao próprio sujeito, Aquilo do qual toda idéia surge. Uma vez que haja dualidade, há algum senso de precisar de algo, ou de querer algo, ou de estar vulnerável, ou de estar com medo. Então temos que vir ao sujeito de onde tudo surge, o universo inteiro, a idéia de Deus, tudo, toda experiência. Isso nós temos que descobrir nesta vida. Quando isso é saboreado, naturalmente muitos hábitos e atividades começam a cair. Pode ser desconfortável quando você anteriormente se sentia confortável com estas atividades.

Q - É muito desconfortável.

IS - Você acha que está sendo desleal a Deus ou a este Guru. Então você começa a procurar. O que é isso? Quem está consciente disso?

Q - Mas o que eu faço com todas estas perguntas na minha mente? O que é isso que nós chamamos de Deus?

IS - Nós não temos uma palavra para a Fonte. Esta Fonte de onde tudo surge. Nós a chamamos Deus e porque a maioria das pessoas não tem uma experiência direta da Fonte, ela é objetivada e conceituada e transformada numa coisa.

Q - Mas agora eu não tenho nada. Eu era feliz eu tinha Deus.

IS - Agora entre nesse nada e veja de onde Deus se origina. Veja a Fonte de seu Deus personalizado. Ela é o próprio Deus. Somente através do entendimento incorreto se chega a algo. Faça um experimento e olhe para alem da mente. Você vê algum Deus? Para quem você precisa rezar aqui? Este Deus do qual você está falando e para o qual você está rezando é uma fabricação da mente.

Q - Eu tenho um pensamento de que Deus é um objeto então eu deveria parar de pensar sobre Deus, mas então eu não fico feliz.

IS - Então você está apenas pensando que parou de pensar sobre Deus. Se você simplesmente para, então qual é sua experiência? Agora pare e daqui pra frente você fala. Não mova a mente. Apenas aqui, neste instante, este microssegundo. Qual é a sua experiência?

Q - Um monte de luzes na minha cabeça.

IS - Alguma infelicidade?

Q - Não

IS - O que você sente em seu coração?

Q - Paz.

IS - Paz. Tão amoroso.

Q - Qual o propósito da meditação? O que ela realmente faz? Porque eu fiz um monte e às vezes havia muita clareza.

IS - O que a maioria das pessoas chama de meditação é concentração. Você se concentra ou na respiração, num mantra, num certo ponto de seu corpo ou na face de seu Guru. Há muitas meditações diferentes. Quando você concentra, a mente não se move. Quando a mente não se move, há uma experiência que é chamada "Samadhi". Se isso se torna muito intenso e direto, você pode experimentar "Nirvikalpa Samadhi", no qual não há nenhum pensamento por horas ou semanas. E se você realmente focar, você pode fazer isso por anos.

Havia um yogi que era muito focado e ele podia parar a mente. O rei ouviu sobre isso e disse, "Alguém que pode parar a mente por uma semana, eu lhe darei o melhor cavalo do reino". Este yogi era muito orgulhoso de sua habilidade. Ele veio, sentou-se quietamente e entrou em Samadhi. Uma semana se passou, um mês se passou, passou um ano, passaram-se dez anos. Finalmente ele saiu do Samadhi. Ele disse, "Onde está meu cavalo?" - O cavalo tornou-se muito velho (risos).

O que estamos falando aqui é chamado de "Sahaja Samadhi", o qual é chamado de estado natural. Isso significa o fim da mente, não apenas a parada da mente. Se você para a mente, no momento que você cessa a técnica de parar a mente, a mente estará de volta. O que estamos falando aqui é "Atman Vichara" inquirir dentro da fonte da mente. Aquilo que está consciente da mente é chamado de "Atman". Ele não é um objeto. Quando você está acostumado a focar em objetos, você pode trazer sua mente para um único objeto com um enorme poder de vontade e mantê-la apenas lá. E há benéficos à saúde com isso, eles provaram isso com a Meditação Transcendental. Mas isso não é o fim da busca. Para o fim da busca, você deve ver quem está consciente da atividade de buscar. Quem está consciente da mente? O estado natural é, simplesmente ver quem é você e permanecer com Isto!

Q - Eu me lembro que Nisargadatta também se referiu à meditação. Que ele mesmo a fez.

IS - Ele estava apenas olhando para ver quem ele era. Seu Guru lhe disse, "Descubra quem é você". E foi com isso que ele permaneceu. Isso é chamado "Vichara", o qual é inquirição. Não importa o que venha, você pergunta, "Quem está consciente disso?" "Eu estou." Então "quem sou eu?" Quando você está perto de alguém cuja mente é quieta, ele pode apontar Aquilo para você muito rapidamente. Você experiência a si mesmo e isso é uma grande sorte.

Fonte: http://clarover.blogspot.com/2007/08/excertos-de-erupo-de-paz-isaac-shapiro.html


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Isaac Shapiro




Autoinquirição

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Em nossa sociedade, existe este modo de funcionamento que produz separação. Nós nos sentimos separados uns dos outros, de Deus. Isso é chamado dualidade ou mente dividida. Nesta mente dividida, nós não nos sentimos em casa. Sentimo-nos perdidos, então rezamos a Deus. Pedimos a Deus por ajuda e quando estamos rezando a Deus nos sentimos bem, porque agora estamos abrindo a nós mesmos para o que pensamos que é a divindade. Mas isso mantém aquela atividade de pedir a Deus por algo. Isso nos mantém querendo algo. Isso produz um bem estar, mas nos mantém na dualidade. Isso é parte do nosso condicionamento. Crescemos com religiões institucionalizadas.

Nós não temos uma palavra para a Fonte. Esta Fonte de onde tudo surge. Nós a chamamos Deus e porque a maioria das pessoas não tem uma experiência direta da Fonte, ela é objetivada e conceituada e transformada numa coisa.


Dê-se conta de que normalmente achamos que podemos descrever nossa experiência, e nessa idéia há um senso de eu. Perceba que ao tentar descrever nossas sensações, essa atividade parece dar ao não existente "eu" um senso de controle.

Agora se dê conta de que você está consciente de qualquer experiência. Essa atenção já está presente. Veja se você pode descrever essa atenção. Dar-se-á conta de que isso é impossível.

Introdução



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