Nisargadatta Maharaj




Diálogos com Nisargadatta Maharaj

Por favor, entenda que eu não tenho nada para dar a vocês. Tudo o que faço é pôr diante de vocês um espelho espiritual para mostrar sua verdadeira natureza. Se o significado do que digo for entendido claramente, intuitivamente – não apenas de forma verbal –, e aceito com a mais profunda convicção e a mais urgente rapidez, não será mais necessário nenhum conhecimento. Este entendimento não é uma questão de tempo (de fato, é anterior ao conceito de tempo) e, quando ele acontece, acontece repentinamente, quase como um choque de compreensão atemporal.

Nisargadatta Maharaj

Clique nos títulos abaixo para ler o texto completo:

O estado livre de desejos: A mais elevada bênção

Conserve na mente o sentimento "eu sou", fundindo-se nele até que sua mente e seu sentimento se tornem um. Por tentativas repetidas, você topará com o equilíbrio adequado de atenção e afeto, e sua mente estará firmemente estabelecida no pensamento-sentimento "eu sou". Não importa o que você pense, diga ou faça, este sentido de ser imutável e afetuoso permanecerá como o sempre presente fundamento da mente.

O estado livre de desejos: A mais elevada bênção (continuação)

Seu próprio ser é seu último mestre (sadguru). O mestre externo (Guru) é meramente um sinal no caminho. Só seu mestre interno caminhará com você até a meta, pois ele é a meta.

O Ser está além da mente

A verdadeira felicidade não pode ser encontrada em coisas que mudam e se vão. Prazer e dor se alternam inexoravelmente. A felicidade vem do self e pode ser encontrada somente nele. Encontre o seu self real (swarupa) e tudo mais virá com ele.

Você é o Self, aqui e agora. Deixe a mente em paz, fique consciente, não se envolva e você irá perceber que permanecer alerta, mas desprendido, assistindo os acontecimentos indo e vindo, é um aspecto da sua natureza real.

O desafio do mestre

Estude a prisão que você, inadvertidamente construiu a sua volta. Descobrindo o que você não é você acabará se conhecendo. O caminho de volta a si mesmo vai através da recusa e da rejeição. Uma coisa é certa: o real não é imaginário, não é produto da mente. Até mesmo o sentido de "eu sou" não é continuo, apesar de ser um sinalizador útil; ele mostra onde procurar, mas não o que procurar. Apenas dê uma boa olhada nisso.

Uma vez que você estiver convencido de que você não pode dizer verdadeiramente nada sobre si próprio, exceto "eu sou", e de que nada para o que você possa apontar pode ser você mesmo, a necessidade do "eu sou" termina. Você não mais tentará verbalizar o que você é. Tudo o que você precisa é livrar-se da tendência de definir a si mesmo. Todas as definições aplicam-se somente ao seu corpo e às suas expressões.

Uma vez que esta obsessão com o corpo termine, você reverterá ao seu estado natural, espontaneamente e sem esforço. A única diferença entre nós é que eu estou consciente do meu estado natural, enquanto você está a devanear. Assim como o ouro usado numa jóia não leva nenhuma vantagem em relação ao ouro em pó, exceto quando a mente as cria, assim também somos uno em essência - diferimos apenas na aparência. Descobrimos isto sendo sinceros, procurando, inquirindo, questionando diariamente, a toda hora, dedicando uma vida a essa descoberta.

A experiência direta

O que você sabe sobre si mesmo? Você só pode ser o que é na realidade. Você só pode parecer o que não é. Você nunca se afastou da perfeição. Toda a idéia de melhoramento é convencional e verbal. Assim como o sol não conhece a escuridão, o ser não conhece o não-ser. É a mente que, por conhecer o outro, torna-se o outro. Mesmo assim, a mente é nada mais que o ser. É o ser que se torna o outro, o não-ser, e ainda assim permanece sendo o ser. Tudo o mais é suposição. Do mesmo modo que uma nuvem escurece o sol sem afetá-lo de qualquer modo, a suposição obscurece a realidade sem destruí-la. A própria ideia de destruição da realidade é ridícula; o destruidor sempre é mais real que o destruído. A realidade é o destruidor final. Toda separação, toda espécie de afastamento e alienação, é falsa. Tudo é um - esta é a solução final para todo conflito.

A ideia de ser uma pessoa se deve à ilusão do tempo e do espaço; você se imagina em um certo ponto e ocupando um certo volume; sua personalidade é resultado de sua identificação com o corpo. Seus pensamentos e sentimentos existem em sucessão, têm sua duração no tempo, e fazem com que você imagine a si mesmo, devido à memória, como tendo uma duração. Na realidade, o tempo e o espaço existem em você, mas você não existe neles. São modos de percepção, mas não os únicos. O tempo e o espaço são como palavras escritas no papel; o papel é real; as palavras, uma mera convenção.

A experiência direta (continuação)

Não confie em sua mente para alcançar a liberação. É a mente que o levou à escravidão. Vá além dela de uma vez. O que não tem princípio não pode ter uma causa. Não é que você soubesse o que era e então esqueceu. Uma vez que saiba, não pode esquecer. A ignorância não tem princípio, mas pode ter fim. Investigue quem é ignorante, e a ignorância se dissolverá como um sonho.

Meditação

Quando a mente está quieta, nós podemos nos perceber como puros observadores. Nós nos afastamos da experiência e do experimentador e nos mantemos a parte, no estado de pura consciência, a qual está entre e além dos dois. A personalidade, baseada na identificação com o ego e em imaginar que somos alguma coisa: "Eu sou isto, eu sou aquilo", continua, mas somente como parte do mundo objetivo. A sua identificação com a testemunha se quebra.

Do livro "Eu Sou Aquilo"

Perceba que todo modo de percepção é subjetivo, que o que é visto ou ouvido, tocado ou cheirado, sentido ou pensado, esperado ou imaginado, está na mente e não na realidade, e você experienciará paz e liberdade do medo.

Compreenda isso claramente - o que quer que você possa perceber, você não é aquilo que é percebido. Você pode ver ambos a imagem e o espelho. Você não é nenhum deles.

Mudanças são inevitáveis no mutável, mas aquilo que você verdadeiramente é não está sujeito a elas. Você é o fundo imutável, sobre o qual as mudanças são percebidas.

Do livro "Eu Sou Aquilo" (continuação)

Como a pessoa é uma corrente em movimento de objetos mentais que eu como sujeito tomo como sendo meu corpo-mente, Eu não posso ser uma pessoa. Eu sou, mas não posso ser isto ou aquilo.

Nada está errado com você, mas as ideias que você tem de si mesmo são todas erradas.

Não é você que deseja, teme e sofre, é a pessoa construída sobre o alicerce de seu corpo pelas circunstancias e influencias. Você não é aquela pessoa.

É sua identificação com o corpo, o qual, obviamente é limitado no tempo e espaço, que lhe dá o sentimento de finitude. Na realidade você é infinito e eterno.

Resenha do livro "Eu Sou Aquilo"

Ao descobrirmos nossa verdadeira natureza, nem o medo, nem o sofrimento ou a dúvida terão lugar em nossa mente. O Self é nossa essência imortal. Por isso, um iluminado não teme nem mesmo a morte. Ele percebe que o fim do corpo não é o fim do ser.

Sobre Nisargadatta Maharaj

Embora sem instrução, seus diálogos são iluminadores num grau extraordinário. Embora tenha nascido e crescido na pobreza, ele é o mais rico dos homens, pois é dono de uma ilimitada abundância de conhecimento perene. Ele é caloroso e gentil, perspicaz e bem-humorado, absolutamente sem medos e totalmente verdadeiro, inspirando, guiando e dando suporte a todos que o procuram.

Introdução


Compartilhe