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O Suporte de Tudo - Siddharameshwar


Você Próprio é o Suporte

Primeiro, o ser humano encontrava-se retorcido num pequeno espaço dentro do útero da mãe. Quando nasceu e veio para este mundo ilimitado, ele abriu ligeiramente os olhos e olhou ao redor. Ao ver um imenso espaço e uma tremenda luz, desviou seus olhos, e ficou em choque. "Que lugar é este que eu vim sozinho? Quem é que irá me dar suporte? O que vai ser do meu destino?" Esses tipos de medo surgiram na sua mente. Imediatamente após o nascimento, com o primeiro choque, ele começou a chorar. Um pouquinho depois lhe foi dado uma gotinha de mel para lamber. Com isso ele sentiu-se aliviado pensando que tudo estava bem, e que ele tinha o suporte de alguém. Assim, ele pacificou-se. Entretanto, aquele primeiro choque de medo ficou tão arraigado em sua mente, que ele ficava assustado com o menor som, e ainda novamente ficava aquietado quando lhe era dado mel ou o seio de sua mãe. Dessa maneira, arranjando suporte externo a cada passo, esse ser humano tornou-se dependente do suporte de seus pais. Conforme ele foi crescendo, os pais dele, bem como aqueles que cuidavam dele quando criança, então começaram a lhe dar conhecimento a respeito do mundo. Depois disso, seus professores da escola ensinaram-lhe as várias ciências físicas, tais como geografia, geometria, geologia, etc., as quais são tão sem valor quanto poeira.

Quando ele entra na fase da "juventude", novamente procura por suportes para sua vida. Como é determinado pelo mundo que o suporte para vida vem do dinheiro, esposa, etc., ele junta riqueza e arruma uma esposa. E toma por garantido que ele pode ser sustentado por esse suporte mundano apenas, e desperdiça a sua vida. Com fama, aprendizagem, poder e autoridade, riqueza e esposa, ele soma prosperidade, e fica cada vez mais enroscado. Suas principais posses e todo seu suporte são sua esposa, riqueza, status, juventude, beleza e autoridade. Ficando com um orgulho especial em tudo isso, e ficando intoxicado com a mundaneidade, o ser humano perde a oportunidade de conhecer a sua "Natureza Real". O orgulho em relação ao dinheiro, em relação à autoridade, à beleza absorve o homem e ele esquece sua Natureza Real.

Eventualmente, as posses acima mencionadas começam a encolher uma a uma. Quando as posses começam a se esvair de acordo com a lei da natureza, a memória do choque que ele recebeu inicialmente balança-o até suas raízes mais profundas, e ele se torna frustrado. Em pânico ele questiona "O que farei agora? Estou perdendo suportes de todos os lados. O que acontecerá comigo?" Entretanto, esse homem ignorante não entende que todas essas posses tinham apenas um suporte sólido, que era a própria Existência dele, ou o sentido de "Eu Sou". É através desse suporte apenas, que o dinheiro tinha o seu valor, que a esposa dele parecia charmosa, que as honras recebidas pareciam valer a pena, que a aprendizagem deu-lhe sabedoria, a sua forma adquiriu beleza, e sua autoridade empunhava poder.

Ó pobre homem, você próprio é o suporte de toda a riqueza acima mencionada! Pode haver maior paradoxo do que sentir que a riqueza te dava suporte? Se somado à essa riqueza, poder, mulher, juventude, beleza da forma, e honra, a pessoa adquirisse fortuna desonestamente, quão estranhas e pervertidas suas ações se tornariam?

Um poeta escreveu certa vez (descrevendo as palhaçadas da mente humana), "Primeiramente é um macaco, somado a isso, fica bêbado, e, além disso, um escorpião pica ele". Mesmo tal poeta largaria sua caneta ao ver os ridículos absurdos desse ser humano, e daria adeus aos seus talentos poéticos. O tipo de homem que considera seu corpo como Deus, e está absorto em adoração a ele dia e noite, deveria ser considerado ser como um sapateiro. Há um provérbio apropriado que diz que um Deus chambhar* deveria ser adorado somente de sapatos. Isso nos diz a maneira que esse "Deus" (o corpo) de tal homem tem que ser adorado. A devoção de um ateísta é alimentar o corpo, e sua liberação é a morte do corpo. Para tal homem cujo objetivo final da vida é alimentar o corpo, e sua liberação é a morte não existe elevação acima do nível do corpo grosseiro. Não é surpresa no seu caso, que se devido a algum infortúnio, ele perdesse toda sua riqueza, ele ainda emprestaria dinheiro para satisfazer os seus hábitos de comida, bebida e diversão. Se os credores fossem atrás dele, ele declararia insolvência para se livrar de toda situação. Quando a morte o atinge, finalmente ele apenas cai morto. Ele morre assim como veio. Poderia haver algo mais trágico ou lamentável do que esse tipo de vida?

Por que deveria a mulher que despeja louvores em seu marido, por dar-lhe um lindo brinco para o nariz pensar no Senhor, que proveu-lhe um nariz para colocá-lo? Da mesma maneira, como podem os animalísticos seres humanos que olham apenas para o corpo como sendo tudo e o final de tudo da vida, ver Deus? Aquele cujo poder dá ao Sol a sua existência como Sol, à Lua sua existência como Lua, aos Deuses sua existência como Deuses, é Deus o todo poderoso. É Ele que é o suporte de tudo, que está presente no coração de todos os seres, e se tornou invisível ao homem.

Aqueles cujos olhos são treinados em objetos externos vêem apenas aquilo que é externo. A palavra "Aksha" é um sinônimo para "olho" em Marathi. "A" é exatamente a primeira letra do alfabeto, e "ksha" é uma das últimas consoantes. Isso significa que o que os olhos vêem estará contido dentro do âmbito dessas duas letras do alfabeto. Eles trarão apenas informação ou conhecimento dos objetos externos. Os objetos grosseiros serão visualizados pelos olhos grosseiros, e o que é sutil será sentido pelos sentidos que são sutis. Entretanto, uma letra do alfabeto que vem depois de "ksha" em Marathi é "gnya". A letra "gnya" indica o Conhecimento que não pode ser visto nem pelo olho grosseiro externo, nem pelo olho sutil do intelecto. Portanto, o intelecto e os sentidos indicam o "olho" com o sinônimo "aksha". Como o olho, os outros órgãos dos sentidos, ouvido, nariz, língua, estão todos apontando para fora, e continuam a existir pela força dos objetos externos.

O "Rei do Conhecimento" ("Eu Sou") influencia todos os sentidos, e parece garantir aos sentidos a "senhoria" sobre os objetos dos sentidos. É por causa dessa exteriorização que o fato de Ele estar antes dos sentidos, não atrai a atenção de ninguém. Através de muitos nascimentos, a mente e o intelecto têm adquirido o hábito de apenas olhar para fora. Portanto, "voltar-se para dentro" tornou-se uma tarefa muito difícil. Esse é chamado de "o caminho reverso" o qual os Santos seguem quando se voltam para a direção oposta, e observam a mente completamente, abandonando ver tudo o que é externo. Onde um homem ordinário está adormecido, os Santos estão despertos, e onde um homem ordinário está desperto, os Santos cochilam. Todos os seres encontram-se acordados para os objetos externos, e tornaram-se extremamente habilidosos nesse tipo de despertar. Os santos, entretanto, fecharam seus olhos para as coisas externas, e é o Ser, para o qual os outros seres estão adormecidos, que mantém o Santo totalmente desperto.

*(em Marathi, a palavra chambhar significa "aquele que carrega um couro em suas costas")

Siddharameshwar Maharaj

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com/







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Paramatma - Siddharameshwar


Você Existe Incondicionalmente, Sem Esforço

Brahman é como o vazio, como o céu - sem medida, sem qualidade, sem impureza, estável e eterno. Ele é chamado Paramatma, e existem muitos nomes para ele. Não obstante, Ele não tem nenhum nome. Mas você sabe que Ele é eternamente o mesmo. Brahman é vazio como o céu, como se não houvesse nada em absoluto. Consequentemente parece vazio, puro, sempre-eterno. Está lá sempre. A esse chamamos Paramatman. Está presente no começo e no final, antes que se formem os conceitos e mesmo quando eles aparecem. Estejamos dormindo ou despertos, a "presenciação" do próprio "Si mesmo" está sempre lá. Ela é natural. Não é sentida nem vista, mas está lá. Está presente antes, durante e depois que apareça qualquer conceito. É imutável e permanente. Nessa natureza imutável, sente-se como se houvesse movimento. Isso é chamado Ilusão, Presenciação ou Maya. Quando se sente o transitório, isso é chamado Ishwara (Deus) ou Maya. Há incontáveis nomes - masculinos, femininos e neutros que se dão ao Uno. Ele não é visto nem sentido, contudo, dão-Lhe muitos nomes.

Um símbolo é usado a fim de identificar um objeto ou uma ideia que não possa ser visto diretamente. Também, se usam nomes diferentes para indicar este Paramatman "sem nome". Os nomes são só indicadores, não os próprios objetos. Similarmente, nomes têm sido dados a Brahman com o objetivo de identificação. Esses nomes são somente para compreender a "presenciação" ou o impulso de "eu".

Que somos nós? Somos sempre a encarnação da existência, do conhecimento, e da felicidade (Satchidananda) - daqui que conhecemos a existência; portanto, há a Consciência seguida de alegria ou de contentamento também. Somente há um impulso "eu". Os nomes de "Presenciacão", "Mula Maya", etc., existem somente por causa desse "eu".

A existência é somente Parabrahman - então por que os nomes Satchiananda, Presenciação, Mula Maya, ou Consciência para aquele "eu sou"? Somente para nos ajudar a "conhecer" a realidade. Você existe incondicionalmente, sem esforço. Em você aparece a Presenciação.

Essa é Mula Maya (ou a Ilusão primordial) ou todos aqueles nomes que foram mencionados antes. Nesta Presenciação aparecem as letras, as palavras, os pensamentos, a mente, o intelecto, etc. As letras e as palavras são juntadas, causando a aparência do discurso. A isso se dá o nome de Vidyadevi (a Deusa do conhecimento) ou Shiva. A Ele se dão tais nomes variados. Consequentemente, tudo o que é necessário é reconhecê-Lo. "Purushartha" indica o processo de reconhecê-Lo. O que é a Presenciação? É a consciência. Uma vez que você sabe quem "eu sou", então você pode descrevê-lo. Qual é a utilidade dessa porção de nomes sem conhecer o "si mesmo", o Ser? Portanto, trate de examinar tudo isso dentro de você mesmo. Confirma o que as escrituras e o Guru têm dito com a prova da sua própria experiência. A pessoa progredirá se compreender o que é grosseiro e o que é sutil. Tudo o que é visível é grosseiro. Então aparecem os dez sentidos, os cinco pranas (prana, aprana, vyana, udana e samana), a mente, o intelecto, etc.

Se você prosseguir sem compreensão, então não compreenderá durante milhões de nascimentos. No espaço permanente e sem movimento existe ar, mas há uma diferença sutil entre o ar e o espaço. Ela não é detectada pelo olho, mas há uma diferença entre ambos - o ar pode ser sentido, mas o espaço é somente um vazio. Similarmente, há uma diferença sutil entre o "si mesmo" e a Presenciação, exatamente como há uma diferença entre o bronze e o ouro. No "si mesmo" (o Ser) não há nenhuma modificação de nenhum tipo, isso é porque ele é incondicionado. A isso se dá o nome - permanência. Assim, Chaitanya (a força vital) ou Maya é somente ilusão e há somente o Brahman no "Si mesmo". Da mesma maneira que há ar ou brisa no céu, há o impulso "eu sou" na "Presenciação", que também é chamado de poder ou força. É chamado também de "desejação".

O impulso "eu sou" é chamado de Mula Prakriti. Também é chamado de Mahakarana Deha - o corpo supra-causal. Então aparecem os quatro corpos, e esse que está sentado nesta mesa de quatro pés é Satyanarayana, Parabrahman, Parameshwara. É constante, permanente, como o espaço. Um outro nome para Mula Prakriti é Mahamaya. A "Presenciação" penetra tudo. O corpo sutil é chamado Hiranyagarbha (poder invisível), o corpo grosseiro é chamado Virat. O poder invisível indica o corpo causal, que é como o espaço, isto é, invisível. Consequentemente, o Atman tem mil caras, formas e figuras. Isto deve ser compreendido. A compreensão de que só há "unidade" neste panorama da existência aparente chama-se "Adhyatma Vidya" ou conhecimento espiritual.

Siddharameshwar Maharaj

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com/








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Toda Aparência é Ilusão - Siddharameshwar


Quem Se Refugia No Que é Visto, Perece

Toda a aparência é ilusão (Maya) e o "presenciador" é Brahman. O que é visto, ou seja, a aparência é falsa, e o que vê é Brahman. Há uma declaração nos Vedas que diz que existem somente duas entidades, aquilo é visto e Aquele que vê. O Vedanta declara isso de maneira contundente. Neste mundo não há nada além do observador e do observado. Aquele que reside no coração de cada um é Brahman, e Ele é "Real".

Quem se refugia no que é visto, perece; e quem se refugia em Brahman, alcança o estado Dele. Se você concentrar a atenção no visto (no mundo objetivo), você será destruído assim como aquilo que é visto (o mundo objetivo). A pergunta é, se aquilo que é visto não é verdadeiro, por que é visível então? O que é visto é falso, porque tudo o que é visto é a magia criada pelo olho. É por isso que não é verdadeiro. No espelho vemos um rosto, isso implica que parecem existir dois rostos; significa então, que existe de fato dois "você"? O fato é que "você" é somente um, mas, entretanto, parecem existir dois. Um pintor pinta quadros com tinta, e diz, "esta é uma montanha, este é o Sr. Vishnu, esta é a Deusa Lakshmi". Você aceita isso como real? Você é o criador. O que na realidade é madeira (a tela) aceitamos como se fosse carne. É o milagre do olho. Aquele que adorar o "Si mesmo Real" desvendará o próprio "Si mesmo Real". Este mundo mortal é feito de terra e será reduzido a poeira apenas. O corpo humano vem da maternidade e vai para a tumba. Devemos comer o interior do Coco e jogar a casca. Aquele que come a casca consegue só quebrar os dentes.

Siddharameshwar Maharaj

Fonte: http://ricardo-yoga.blogspot.com/









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