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Vacuidade - Mooji



Você Está no Vazio, ou Você é o Vazio?

Mooji: Este vazio não é uma coisa trivial. É o estado o mais supremo. Mas na consciência há esta coceira, e eu uso este termo: a mente do pé do atleta. Existe um pensamento vindo na mente, há esta coceira, e sente-se a necessidade de dar uma coçadinha, você sabe! Como uma questão surgindo, algo mais a ser resolvido. Mas eu digo: permaneça somente como Isto (vazio), e essa coceira desaparecerá. Quando esta coceira está lá, existe a tentação de começar a coçá-la, mas isso apenas faz com que ela se torne mais machucada e horrível. Então apenas tome consciência disto por este momento, mas permaneça como você é, já que você não pode melhorar este vazio. Assim, muitos dos seres estão buscando ser este vazio, retornar a este vazio, você percebe, conscientemente. Quando você vai dormir, você deixa de lado todos seus cuidados e seus interesses sobre você e sua vida. E você ama Ser sem estas pré-ocupações. Quanto dinheiro nós gastamos com a cama, com o quarto, para ter o melhor sono e assim esquecer-se de tudo? E quando o despertar surge há um frescor no ser, percebe, porque põe de lado todos estes interesses e pré-ocupações. Este vazio que você fala a respeito agora parece ter sido ocultado por seus interesses e onde você põe sua atenção, e enquanto você está se pré-ocupando com seus interesses e atividades do dia-a-dia na verdade você está sendo perturbado. Assim um pequeno bocado de meditação ou de auto-investigação retorna-o a esta afirmação em Seu ser, a este reconhecimento: tudo que há é apenas uma forma de vazio, além até do conceito de vazio.

E então, há como você pisar fora deste vazio agora?

Q: Não de minha própria vontade. Eu sei que eu posso. Eu nunca tentei escapar...


M: No vazio, o que é você? Você está no vazio como você está neste quarto, ou você é o vazio?

Veja, se você disser que você está em algo, então há como dois: há um sentido de Eu e um sentido que Eu estou em algo. É esta a direção que eu estou apontando, porque se você sente que está dentro de algo, logo o vazio transforma-se num tipo de experiência, e você permanece como o experienciador, e há uma forma de dualidade nisto. Assim se faz possível o sentido de sair do vazio, isso se torna muito mais vivo e real, uma possibilidade. É por isso que eu lhe estou perguntando: no vazio, o que é você? Que forma você está vestindo no vazio? Você está nele, ou você é ele?

Q: Eu sou ele.


M: Então se você é ele, como você pode pisar fora?

Q: Algo vem e o cobre. Lixo.


M: Você percebe? Se você estiver na terra, você poderá dizer: uma nuvem cobriu o sol. Mas o sol não conhece isso. Não conhece a sensação que Eu estou sendo coberto.

Q: Ok. Então o importante é quem está vendo.

M: Sim. Quando você diz: Eu estou coberto, é como se eu estivesse escondido de mim mesmo. Eu estou apenas fazendo com que você olhe, e isto é muito importante realmente. É simplesmente através desta sutil negligência que esta dor se infiltra, esta sensação de separação, esta sensação de divisão em seu Ser. Mas quando você a investiga realmente, isto é exposto como um tipo de fraude. Você é apenas você. Ontem nós falamos sobre isso, que a faca pode cortar muitas coisas, mas não pode cortar-se porque é um consigo própria. E o olho pode ver muitas coisas, mas não pode ver-se porque é um consigo mesmo. E uma balança pode pesar muitas coisas, mas não pode pesar-se porque é um. E você é você mesmo, você não pode perceber-se. Você pode somente perceber alguma idéia de você. Você é esta unidade, percebe? Não há nenhuma divisão em você. Somente por esta função da consciência é que parece como se você estivesse se transformado em algo qualitativo, algo que você pode avaliar. Mas o que quer que você possa ver não pode ser você.

Q: Inclusive o vazio?


M: O vazio é somente uma idéia neste momento. Uma palavra na consciência. Mas aponta para algo que na realidade você sente intuitivamente. De certa forma é como o vazio estivesse percebendo o vazio. Ou a consciência percebendo a consciência. Não há realmente uma forma que está sendo observada nisto. Não há nenhuma palavra realmente adequada para expressar isto. Neste momento você está na periferia da linguagem, e as palavras estão esgotando sua própria energia porque nenhuma palavra servirá. Apenas este reconhecimento Eu Sou, mas o que Eu Sou eu não posso dizer. Você não pode definir o que este SER é.

Algum distúrbio?

Q: Sim, eu estou me sentindo desconfortável...


M: Não sinta que você não deva se sentir assim. Às vezes você sente: "bom eu estaria bem se somente..." Hoje nós comentamos um exemplo, um amigo ligou: "Alô, como você está?" - "eu estou muito bem, e você?" - "na verdade eu ainda estou no trabalho e foi um dia muito estressante e eu tenho ainda um par de horas a fazer, mas não importa porque em breve eu estarei em casa e tomarei um banho, e tudo estará bem..." Eu disse: - "não, não; não deixe que sua mente te engane por mais três horas!" Nós sempre estamos fazendo este tipo de coisa: "quando as crianças crescerem, daí então eu começarei a viver novamente, terei minha vida de volta!" ou "se somente eu pudesse arranjar este financiamento..." "Quando... e então..." sempre esta promessa, você percebe? É um ladrão. Então eu disse: - "Não, agora mesmo Você é". E imediatamente sua resposta foi: -"Obrigado". Ele necessitou apenas disto para despertar outra vez. Foi o bastante, a argumentação parou, percebe? Ás vezes esta borbulha está fervendo mas se você não a alimenta, pode ignorá-la. É como se você estivesse cozinhando um ensopado, você desliga o fogo, mas ele continua ainda borbulhando. Mas eventualmente tudo se acalma porque a fonte, o combustível, foi esgotado, você vê? Desta forma esta desconexão é somente a sua convicção: - "O que quer que esteja surgindo, Não, isto não sou eu". Ainda sim: "bla, bla, bla, bla!" Isto seguramente diminuirá, mas você não estará esperando.

Q: Eu necessito que você me lembre.


M: Não, você não necessita. Você aprecia. Você não necessita de coisa alguma. Você aprecia ser lembrado. Obrigado!

Fonte: http://www.mooji.org/home_pt.html

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Iluminação - Mooji

A Identidade-ego é Um Mito

Questionador: Mooji é realmente possível se tornar, ou ganhar a iluminação? Alguém já se tornou iluminado ou despertou através de estar vindo a Satsang; e se sim, você poderia dizer quem?

Mooji: Em verdade não é possível se tornar iluminado assim como você coloca, pois não há ninguém por assim dizer para se tornar iluminado em primeiro lugar. O firme reconhecimento, ou a realização de que não existe em realidade um "alguém" para alcançar a iluminação, e que nunca em tempo nenhum poderá haver tal entidade, seja agora ou no futuro, para alcançar tal estado, é o que vem a ser a Iluminação. Esta é a verdade derradeira.

Você pergunta: "Se já alguém, por vir a Satsang, se tornou desperto". Isto já foi respondido na minha resposta prévia, mas vou ainda adicionar que o que tem havido e continua a se dar é um constante reconhecimento do fato que a identidade-ego é um mito, um personagem fictício. Esta, por assim dizer, individualidade, é uma expressão da pura Consciência/Ser e não o fato ou a definição do Ser. Este Ser permanece por detrás como a testemunha ou a observação dos fenômenos surgindo espontaneamente na consciência. Este Ser verdadeiro é somente a sem-forma e sem-nome presença que surge e brilha como paz, alegria e felicidade, sentidos como contentamento amoroso. Quando este reconhecimento ocorre dentro de cada indivíduo, ou expressão da consciência conhecido como "pessoa", este estado é chamado de "despertar" ou "iluminação".

Você me pede para eu apontar se existe alguém assim aqui presente? Na linguagem comum eu direi que um número de pessoas aqui chegaram neste ponto de ver/ser claramente além de apenas uma mera aceitação ou entendimento intelectual ou acadêmico. No entanto, as tendências mentais e identificações não são completamente destruídas, e o sentido de ego fazendo-se passar pelo assento da realidade continua a aparecer, embora já exposto através da inquirição como uma mera ilusão. Isto é natural. A tarefa e o desafio aqui é trazer repetidamente esta individualidade-Eu de volta ao coração/fonte quando ela surgir, e treinando a atenção a permanecer na fonte, que é o seu verdadeiro ser, gradualmente ela funde-se na fonte e se torna a própria fonte.

Finalmente, quem poderia ser esse "eu", quem clamaria: "Eu o tenho", ou "Eu sou uma pessoa realizada". Quem ou o que pode possuir a Iluminação? Não é o mesmo ego? Percebe o meu ponto?

No entanto, alguns Mestres de fato declararam e se afirmaram como a pura realidade, sem qualidades, e falaram a partir desta direta convicção/sabedoria livre do ego. Isto também é correto na minha visão e é muito refrescante, natural e com autoridade, para que saibamos que não é possível emoldurar ou limitar o ser puro por nenhum padrão ou lógica humana.

Q: Mas eu me sinto como "alguém", eu não posso sentir-me como "ninguém".


M: Novamente você coloca este "meu ser" como um objeto de percepção. Como você pode ser um objeto? Um objeto deve ter um sujeito que o percebe. Se o sujeito também é percebido, ele automaticamente se torna um objeto, e deve ter um sujeito ainda mais profundo para percebê-lo. Percebe? Você não pode ser nenhum objeto percebido, você deve ser aquele que percebe, o sujeito. Quem ou o que é o "você" que percebe? Perceba isso. A sua afirmação: "Eu me sinto como um alguém" contém três aspectos: Eu, meus sentimentos, e o alguém que eu considero ser. Este alguém é meramente a sua idéia de si mesmo, não o seu ser real. E os seus sentimentos, são meramente os sentimentos que dizem respeito a essa idéia de si mesmo. Finalmente existe aquele um que é o sujeito quem percebe esta observação. Estou certo?

Q: Sim.


M: Quem ou o que é você exatamente?

Q: Eu sou eu, o meu ser!


M: E o que exatamente é isso?

Q: Eu! Ou melhor, a minha idéia de mim mesmo.


M: Então, não o corpo?

Q: Não, Eu sei que eu não sou o corpo.


M: Como você sabe que não é o corpo?

Q: Eu posso ver o meu corpo e eu simplesmente sei que não é isso que eu sou, embora algumas vezes eu sinta que eu sou isso também.


M: Ok, muito bem. Podemos voltar para a sua resposta que você é o seu conhecimento de si mesmo? Você tem certeza que é o conhecimento do seu ser e não meramente o conhecimento da idéia do seu ser ou de sua personalidade? Como é que você veio a conhecer-se? Como você está conhecendo o seu ser aqui e agora?

Q: Quando eu comecei a perceber as outras coisas e as pessoas.


M: Sim, e como perceber o outro te traz para você mesmo?

Q: Porque eu sei que eu estou percebendo. E Que eu tenho que estar ali para perceber.


M: Então nenhum objeto percebido pode ser você, estou certo?

Q: Certo.


M: Exatamente! Muito bom! Agora então quem ou o que exatamente é isso que percebe ou nota qualquer coisa?

Q: Eu! Isto!


M: Este "eu" é o mesmo que "isto"?

Q: Sim.


M: E novamente o que é isso? Qual é a sua qualidade, sua substância? O que te compõe exatamente? Olhe e me diga. É algum "você" particular? Uma pessoa? Distinto dela ou dele ou deles?

Q: Bem, sim... não... é vago, eu não vejo bem.


M: Mantenha-se concentrado, não disperse, esteja sereno e veja. O que você é aqui? Nesta observação, você pode dizer?

Q: Eu não sou nenhuma pessoa ou coisa alguma, mas eu não sei o que eu sou. Não há nada aqui, eu não posso responder isso. Há um sentimento de não querer olhar, de cansaço, resistência ou irritabilidade.


M: Ok. Não se engaje em nenhuma avaliação, não toque em nada, apenas seja um com este observar. Fique aqui sem ter que tentar.

(Há uma longa pausa aqui).

M: Você parece confuso, com o quê você está atrapalhado?

Q: Existe apenas este vazio.


M: O que está testemunhando este vazio?

(o questionador olha para cima e sorri, olhos fixos em Mooji).

M: De onde este sorriso está vindo?

(Silêncio...)

Q: Eu não sei, há um sentimento de alívio, espaço e paz, um tipo de leveza.


M: Um tipo?

Q: Não. Leveza, espaço e paz.


M: Esta leveza e paz brilham onde não há ninguém. Isto é paz. Isto é alegria real. Isto é puro amor. Apenas agora não se apóie nisso. Não possua ou clame isso. Permaneça a testemunha.

Q: Sim, sim (sorrindo). Eu vejo que eu sou apenas a testemunha aqui. Obrigada. (ela une suas mãos na forma de comprimento/agradecimento tradicional Indiana).


M: Não vá embora já não (alguns momentos passam). Agora deixe de ser a testemunha.

Q: Eu estou confusa.


M: Não, você não está confusa. A confusão está sendo testemunhada. Não se identifique com isso. O que permanece? Não toque em nada, mesmo a testemunha, não seja "uma" testemunha. Testemunhando sem "uma" testemunha, você entende?

Q: Sim.

M: Quem é que está entendendo?

Q: Ninguém, apenas entendendo.


M: Muito bom. Estou muito feliz em te encontrar. Agora deste lugar sem localização em total vazio como o vazio, além do conceito de vazio, você É sem nenhum esforço. Você não se tornou isto ou ganhou isto porque não há ninguém aqui para ganhar qualquer coisa. A partir, ainda que de dentro desta indescritível consciência, a consciência nasce e brilha como o Eu que percebe. E o que quer que surja aqui são meras formas aparentes da consciência-Eu sendo percebidas.

Q: Obrigado.


M: Seja bem-vindo!

OM


Fonte: http://www.mooji.org/home_pt.html

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Simplesmente Isto - Mooji

A Verdadeira Compreensão Dissolve o Ego-buscador

Questionador: Alguns professores dizem que não há nada que você possa fazer para se tornar iluminado ou despertar. Que não há escolha nem ninguém para escolher. Isso é verdade?

Mooji: Ao ouvir isso, qual foi a sua reação?

Q: Na verdade foi mista. Por um lado uma sensação profundamente libertadora, simples e natural, seguido de um sentimento de real frustração e raiva. Honestamente eu me senti bastante irritado e oprimido com a idéia de não ter o livre-arbítrio. Foi muito estranho.


M: E quais dessas duas reações ficaram mais fortes com você?

Q: Bem, como disse antes, inicialmente o sentimento de liberdade foi forte, belo e expansivo, mas durou pouco, enquanto que a frustração, dúvida e confusão têm sido mais prolongadas.


M: E estes sentimentos o trouxeram de novo ao Satsang, certo?

Q: Pode-se dizer que sim. Na verdade eu não sinto que tomei nenhuma decisão para vir aqui. Eu sinto que fui atraído por alguma força. Quando estou aqui contigo, tudo vai bem; suas palavras e sua presença me fazem sentir seguros nesta verdade. O problema começa quando estou lá fora no mundo. Daí eu duvido de mim mesmo. Sinto-me fraco, sem foco e me falta essa convicção que estou sentindo agora. Eu necessito de ajuda.


M: Obrigado. "Eu necessito de ajuda" é a frase chave aqui. É sábio buscar auxílio, até que você vá além da necessidade do auxílio. Não a arrogância que diz "Não há" ninguém a ser ajudado, nenhum "eu", nenhum "você". Ninguém existe, somente aquilo que É, que embora verdadeiro quando exaltado da boca do sábio, é completamente falso quando expressado da mente egóica! O ego que se levanta através do intelecto bancando ser algum tipo de herói espiritual. Esta compreensão não pode ser enxertada numa mente ego-centrada porque a verdadeira compreensão dissolve o ego-buscador. Não há ninguém que sobre para reivindicar a liberdade como uma realização. A Unidade única apenas existe, manifestando-se através e como a própria consciência, Ela expressa-se como o jogo cósmico. É a consciência se expressando no papel do humilde buscador que finalmente, através da graça, alcança a compreensão final, assim realizando-se como a Consciência Impessoal/O Ser. A sua busca por ajuda abre uma enchente de Graça que se manifesta na forma do "professor", que é um reflexo do seu verdadeiro Ser, cuja autoridade e presença o assiste empurrando a mente externalizada para dentro de sua fonte, o coração, resultando assim na compreensão final. Esta graça provém do seu próprio Ser e é o seu Ser. Você ouviu o provérbio que diz: "Nós somos chamados por nosso próprio Ser", e ainda tudo isto toma a forma como um mero teatro na consciência. O Absoluto, o Ser real de cada um, o Sat guru dentro de nós, nem se beneficia nem sofre nenhuma alteração de maneira alguma, mas mantém-se como o inalterado substrato ou pano de fundo. Esta é a verdade.

Q: Há uma alegria outra vez em ser lembrado disto, talvez isso seja a atração do Satsang. Mas eu devo dizer que ainda estou um pouco confundido sobre...


M: Não! Pare aí mesmo. Na verdade, "você", o que você realmente é, não pode estar confuso. Confusão é um estado mental. Não seria mais preciso dizer que você sente ou nota a confusão surgindo em você? E que ambos os sentimentos de confusão e conforto são percebidos por você, incluindo seus efeitos no corpo e os pensamentos e julgamentos subsequentes acompanhando tais sentimentos? E que estes são estados que vem e vão na presença de algum "pano de fundo" de inteligência impessoal ou testemunha natural?

Q: Sim. Parece haver mais distância nesta forma de olhar. Sente-se mais desapegado e espaçoso de alguma forma.


M: Vamos voltar à sua pergunta original?

Q: Sim, mas eu gostaria que você falasse mais sobre esse ponto.


M: Ok. Ok, nós voltaremos se necessário. Na sentença: "Não há nada que você ou ninguém possa fazer para ganhar a 'iluminação' ou o 'despertar'". Quem ou o que é que ouve isto? E quem ou o que é o "você" na declaração?

Q: Eu mesmo! O que Eu sou.


M: E o que é isso? (pausa...) Agora você está vestindo olhos pensativos, Não pense! Observe!

Q: Minha mente. Minha individualidade. Meu sentido de ser, eu suponho. Meu intelecto?


M: Não deve haver algo por detrás que vê a mente, a individualidade, o intelecto? De onde estas mesmas frases estão surgindo, e o que se mantém inafetado, intocado pelo funcionamento da mente, intelecto. Não estão estes fenômenos sendo observados? Você pode confirmar?

Q: Sim, (assentindo lentamente) Eu posso confirmá-lo como tal.


M: Deixando de lado qualquer fenômeno notável que esteja surgindo, volte a sua atenção para a própria observação. O que exatamente é isso que observa? É uma pessoa, uma coisa? Tem uma forma, característica ou qualidade? É pessoal?

Q: Não. Ninguém está lá. Nada.

M: Você está lá?

Q: Sim. Não. Eu devo estar. Eu estou nele.


M: O que vê ou sabe isso?

Q: Eu não sei. Eu apenas sei, mas não sei como eu sei. Eu não sou nada aqui exatamente. Eu quero dizer sem forma. Lá vem aquele sentimento de novo. Isto foi o que eu senti, o que experienciei a última vez.


M: Não se aferre a este sentimento agora, deixe-o ser. Não vá ao passado, permaneça por detrás. Não se identifique, não toque. Apenas observe, mas mantenha-se neutro, de forma que se e quando este sentimento de alegria desvanecer-se restará apenas este observar. Você não pode "ter" ou se "tornar" isso. Nenhuma posse, nenhuma realização, apenas pensamentos e sensações surgindo espontaneamente na consciência e sendo percebidos. Você percebe?

Q: Mas eu não quero que isso vá. Para que afastá-lo? Eu quero permanecer neste estado sempre. Não é esse o ponto?


M: Isto é precisamente o que você deve fazer. Se isso não estava aqui antes, não é permanente, e pertence ao que é mutável. Passará. Deixe-o ir e vir, isto é natural e isso é a própria liberdade. Reconheça o "Eu não quero afastar isso", embora seja também um sentimento-pensamento surgindo, sendo observado por algo que está além das idas e vindas. Seja Um com isso. Não persiga nada, permaneça como consciência neutra apenas. Isso é tudo. O que pode a consciência querer? O que falta? O que há para se manter ou perder?

Q: Minha mente deu branco. Desculpa-me, poderia repetir?


M: O que está testemunhando o "branco"?

Q: (pausa...) Eu estou. Aqui outra vez!


M: E de novo, quem ou o que é você aqui?

Q: Apenas isso. Não há palavras que possam dar a entender ou descrever isso. Nada, Vazio.


M: Há alguma tristeza?

Q: Não.


M: Feliz?

Q: Não.


M: Livre?

Q: Não. Eu nem usaria a palavra "livre". (pausa). Sem palavras...


M: Aha! Muito bom! Parabéns! Aquilo é isto! Isto é tudo, você terminou. Excelente! O exercício terminou. Agora pise fora disto e retorne ao seu estado prévio para que nós possamos continuar com as suas perguntas importantes.

Q: Mmmm... Isto é impossível! Já não faz mais sentido nenhum. Pisar fora e ir aonde?


M: Aqui!

Q: Não há nem sequer aqui!


M: Realmente? E o Agora?

Q: Não, nem Agora (longa pausa...). Eu agora vejo claramente que estes são apenas conceitos. Não há dúvida a respeito disso. O Indescritível está por detrás.


M: Isto apenas é liberdade, além de qualquer conceito de liberdade. O natural e supremo estado do Ser verdadeiro de cada um.

(o questionador parece ter deslizado num estado meditativo, a sua face é imóvel, mas tranquila... Mooji sorri...).

M: Eu queria falar a respeito do que acontece quando esta experiência de "iluminação" se desvanece, mas agora é impossível discutir isso com ele enquanto ele estiver em samadhi. (Gargalhadas..).

Outro questionador: Eu também já experienciei este estado em que ele parece estar agora, um tipo de experiência da não-experiência, que durou mais ou menos três ou quatro semanas. Eu me senti totalmente vazio, limpo, presente, uno com tudo que É. Tudo apenas acontecendo por si só, era realmente indescritível e belo, mas depois de um tempo minha mente voltou, no meu caso eu penso que ainda mais forte que antes. Na verdade eu entrei num tipo de depressão pesada e me senti perdido por um tempo. Eu tive medo de repetir aquela experiência.


M: Que experiência?

Q: A experiência louca (Gargalhada...).


M: O verdadeiro Ser é o imutável pano de fundo suportando o mundo transitório dos fenômenos. É somente Consciência impessoal; imutável e bem-aventurosa. No estado experiencial, brilha como o puro sentido da consciência subjetiva "Eu sou". Este "Eu sou" é impessoal e sinônimo de consciência - o campo da percepção. É a expressão direta da pura subjetividade. Sri Nisargadatta Maharaj, o grande sábio, descreve como uma porta que se move de um lado para a manifestação e do outro ao infinito. Isto o expressa belamente. Todos eventos ocorrem como movimentos na consciência e são percebidos dentro e através desta consciente presença "Eu sou"; esta é a "testemunha", ou princípio que testemunha, que nós somos, enquanto o corpo está aqui.

Q: Então nós somos o corpo ou "estamos" no corpo ou algo separado? Porque... (O questionador começou a se lembrar de algumas experiências e observações...).


M: Deixe isto tudo de lado por agora; apenas esteja aberto, permitindo tudo o que tem sido dito simplesmente ser ouvido na consciência sem se apegar a nenhum pensamento em particular ou idéia do tipo: o que fazer com isso que está sendo ouvido; permita que o "escutar" apenas "aconteça", assim como seria. Você está aí, por detrás da mente que escuta. Preste atenção ao pensamento "Eu", não é o verdadeiro "Eu sou". Ele vem quando o "Eu sou" impessoal se identifica com o corpo, que é meramente o instrumento através do qual Ele está se expressando, com o auxílio da força vital - o poder animador. Essa associação faz surgir o ego, ou a individualidade - o sentido de "eu". Então você percebe, o sentido de individualidade não pode existir sem a sustentação da consciência impessoal, e é a própria expressão transitória desta consciência criativa. Somente agora Ela opera como consciência condicionada, acreditando ser o corpo-mente. Surge agora o conhecimento do "Outro" e um impulso básico de proteger-Se; preferências e desgostos surgem, juntamente com julgamentos, medo, desejos, apegos e o jogo inteiro dos opostos inter-relacionados. Nós como seres individuais somos fascinados e viciados por experienciar, o que em si é natural e não há nada de errado em si mesmo quando visto como o jogo ou a expressão da consciência manifesta que somos. Mas quando visto da perspectiva da identidade individual, com sua agenda privada - Problemão! (gargalhada...).

Agora escute, não há nada em particular para se "fazer" aqui, nem ninguém para fazer ou desfazer também. Apenas uma mudança na compreensão deve acontecer e tudo se ajusta de maneira correta. Tudo é Um. Vamos pegar o exemplo da antena telescópica do carro, é uma unidade - isto representa o Absoluto. Estenda ou puxe uma vez - o "Eu sou" impessoal aparece; ainda sim é uma unidade. Puxe de novo e o pensamento do "Eu individual" brota, e simultaneamente a manifestação do mundo personalizado vem à tona. Como as bonecas russas, uma dentro da outra, sucessivamente, no entanto um Inteiro! Uma unidade expressando-Se como manifesta e imanifesta, dois aspectos da Realidade única. Tal é o jogo no teatro da consciência. Você é a testemunha final, Feliz, inafetado e inteiro. Você é Aquele! Não é nada pessoal, isto não é um elogio que estou te fazendo.

Q: Por favor, você poderia repetir o ponto sobre o "teatro da consciência"?


M: Não! Eu não posso repetir. Por agora esteja atento, aberto e presente, mas neutro aqui, sem permitir que sua atenção vagueie ou pouse em nenhuma coisa particular. Esta posição eu estou te convidando a tomar. Confie em sua audição intuitiva. É a sua mente, que aparecendo como um buscador vigilante se esforça por exatidão e então fica presa com o sentimento de ter perdido algo vital. Neste momento é uma sutil forma de resistência ou de evitar. Meu conselho é; se você perder (não compreender) algo, simplesmente deixe-o ir. Tudo está bem por agora. O verdadeiro você está aqui e por detrás de tudo, observando sem esforço; da onde o sentido de perder ou encontrar surge, é sentido, mas descartado como "não real" - "neti-neti" como os jnanis dizem. Você, como consciência, não é nenhum sentimento em particular. Pensamentos e sentimentos vêm e vão como ondas brincando na superfície do oceano. Deixe tudo vir e ir por si só, isto é natural para as ondas. Oceano, água, ondas - tudo o mesmo. Permaneça como a testemunha apenas. Para a consciência, nada é perdido ou achado, ou é bom ou mal. É o imaculado substrato no qual a sombra mente/mundo de nomes e formas dançam sua aparente existência.

Q: Mas Mooji, seguramente é vigilância ter a certeza que compreendemos corretamente, para evitar mal-entendidos; especialmente porque tudo isso é novo para mim, e também muitas escrituras e professores apontam para a vigilância com uma qualidade ou virtude necessária para o crescimento espiritual.


M: Isto é verdade se realmente existe "alguém" que fará uso desta compreensão. Mas se você realmente investigar, este "alguém", a "pessoa", o indivíduo, não será encontrado! Tudo é apenas consciência - o "você", o "eu", o falar, o escutar, satsang, todos aqui, tudo - tudo consciência; esta é a maravilhosa descoberta! A Consciência conversando com a consciência sobre consciência através da consciência. Quão simples! No entanto quão inexplicável quando buscado através da mente-ego. Olhe, eu te mostro onde você está agora mesmo, então permaneça com Isso, nada mais, mas a sua mente pousou em algum ponto que lhe interessa. Enquanto você estiver engajado em prender-se a isso, você perde todo o resto - isto é chamado o jogo de "maya" (A ilusão cósmica). É como ler um livro sobre frutas exóticas e reggae enquanto passeia pelo mercado de Brixton! (risadas...). Um mestre Zen chamado Bankei certa vez disse: "É como um homem que perde sua espada caída do navio no mar, e marca o ponto no caminho das águas onde caiu". (Gargalhadas...).

Q: Justamente agora que você disse isso, tudo parou. Eu não posso pensar. Não há pensamentos. (Levando sua mão a sua boca) Isso é maravilhoso!


M: O que está vendo tudo isso?

Q: Nada... Eu.


M: "Eu" - nada, testemunhando a mente parada. Quando a mente está parada, ainda pode ser chamada mente? (Pausa...).

M: E agora?

Q: Silêncio e paz.

M: Para quem?

Q: Aqui... Para mim.


M: Para você? Você tem certeza? O que, onde e como está "você" exatamente nisso?

Q: Não eu; apenas silêncio e profunda paz e um sentimento real de gratidão. Está certo?


M: Você me diz.

Q: Sim. Gratidão por escutar e ver isso tão claramente. Obrigado.


M: Seja Bem-Vindo. Ser agradecendo o Ser. Muito Bom! (Risadas...).

OM


Fonte: http://www.mooji.org/home_pt.html

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Mooji




Autoinquirição


Não há nada que você deva fazer ou mudar para ser o que você é. No entanto, existe algo que você deve reconhecer para deixar de ser aquilo que você não é: investigue quem você é.

Todos os seres buscam e desejam a felicidade duradoura, paz, verdade e compreensão. Nossas vidas podem ser a expressão e a celebração desta descoberta. Mas sem a compreensão real de quem verdadeiramente somos, nós nos consideramos meramente como entidades corpo-mente, inconscientes de nossa natureza mais profunda como Pura Consciência. Esta visão limitada nos deixa enredados num mundo de confusão, medo e conflito – um estado muito infeliz.

Satsang nos lembra que nós já somos livres! Para aqueles que estão abertos, a mensagem em Satsang é o sabão que remove a velha sujeira da ignorância e do mal-entendido causados pela errônea identificação, nos deixando como presença consciente aqui e agora. Satsang é o convite para pisar dentro do fogo do Autoconhecimento. Este fogo não o queimará, apenas queimará o que não é você.

Mooji

Clique nos títulos abaixo para ter acesso ao texto completo:

Simplesmente Isto

Mooji expõe a verdadeira natureza do Ser, apontando as armadilhas comuns a fim de clarear o reconhecimento último da verdade única que nós somos. Aqui, ele guia o buscador através e além das primeiras barreiras de dúvida, resistência, medo e confusão para a irrefutável clareza do Ser.


A firme realização interna que não existe um "alguém" para atingir a iluminação, e que nunca poderá haver uma entidade para alcançar tal estado, é o que vem a ser a iluminação.


No vazio, o que é você? Que forma você está vestindo no vazio? Você está nele, ou você é ele?







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